Meio Jurídico
CNJ afirma que Judiciário tocantinense atuou dentro da legalidade e autonomia administrativa ao desinstalar Comarca
Imagem da notícia

O conselheiro Emmanuel Pereira, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao negar liminar aos Sindicatos dos Servidores da Justiça e dos Oficiais de Justiça do Estado do Tocantins, que pedia a suspensão integral (ou dos artigos 1 e 2) da Resolução Nº 53/2019, do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), que, entre outras medidas, trata da desinstalação da Comarca de Tocantínia, afirmou que: "O Tribunal agiu de forma a reestruturar os seus órgãos jurisdicionais, com o intuito de alcançar uma distribuição igualitária dos serviços forenses, através da referida norma. A jurisprudência desse Conselho, pacífica a respeito do tema, entende válida essa atuação”. 

Em sua fundamentação ao analisar as alegações dos sindicatos, entre elas a de que a “extinção” e a desinstalação de Juizados e suas respectivas anexações não teriam sido feitas com o conhecimento dos servidores, o conselheiro Emmanuel Pereira entendeu que o Tribunal atuou dentro dos limites, assim como fundamentado em sua autonomia, garantida constitucionalmente pelo Artigo 96, I, e “de acordo com as especificidades locais atuais e a necessidade da racionalização dos recursos financeiros”, grifou.

O conselheiro ressaltou ainda que a ação do TJTO foi no sentido de alcançar a “distribuição igualitária dos serviços forenses, através da referida norma”, citando jurisprudência do próprio Conselho. Ainda na sua fundamentação, Emmanuel Pereira frisou: “vê-se que essas medidas, em épocas de limitações financeiras e orçamentárias, têm sido fundamentais à Administração Judiciária para a manutenção do equilíbrio entre a demanda e a força de trabalho, proporcionando uma melhor prestação jurisdicional.

O conselheiro ainda lembrou que “o suposto desconhecimento dos servidores impactados com as alterações provocadas pela Resolução Nº 53/2019 não subsiste diante da afirmação do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (amparada por vídeos e atas), ao declarar que ‘visitou pessoalmente a cidade de Tocantínia para discutir com os servidores sobre a desinstalação da Comarca e a redistribuição dos processos judiciais e da força de trabalho’, grifou.

Emmanuel Pereira ainda ressaltou o fato de que a desinstalação da Comarca não tem natureza definitiva por não se tratar de extinção e que sua estrutura continuará existindo na Lei de Organização e Divisão Judiciária do Estado. “Tanto é verdade que a própria Comarca de Tocantínia já fora anteriormente desmembrada da Comarca de Miracema do Tocantins pela Lei Estadual nº 238/91 (Id nº 3742041)”.

O conselheiro ainda rechaçou a alegação dos requerentes  de que as alterações dependeria de análise prévia do CNJ. Segundo Pereira, o ato normativo do Conselho apenas impõe o prévio encaminhamento, para emissão e parecer, de cópia de anteprojeto de lei para criação de cargos, funções e unidades judiciárias no âmbito do Poder Judiciário, com exceção do Supremo Tribunal Federal (STF).

CNJ não vê irregularidades

Em relação ao Procedimento de Controle Administrativo, com pedido de liminar, proposto pelo promotor João Edson de Souza, tendo como base o art. 9º da Resolução do CNJ, nº 184/2013, o parecer do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a pedido do conselheiro Emmanuel Pereira, descartou a existência de irregularidades no processo de desinstalação da Comarca de Tocantínia e a consequente transferência de sua jurisdição para Comarca de Miracema.

“Em seu parecer, o DPJ revela que a Comarca de Tocantínia, pela média de distribuição de processos no triênio 2016-2018 (equivalente a 99% da média de casos novos por magistrado no TJTO no mesmo período), poderia não ter sido extinta sob ótica do art. 9º da Resolução CNJ 184/2013, mas destaca que o mesmo artigo “não proíbe ou coloca qualquer óbice à extinção, transformação ou transferência de comarcas que possuam uma distribuição processual maior que 50% da média de casos novos por servidor”.

Nesse sentido, a Resolução Nº 53/2019, do TJTO, tem alcance muito mais amplo do que apenas a desinstalação da comarca, mas, principalmente, readequar a força de trabalho, com uma melhor distribuição dos processos entre juízes titulares (inamovíveis) da Comarca de Miracema, que é de 3ª Entrância, ao passo que a Comarca de Tocantínia, praticamente contígua, estava desprovida de juízes. Além de atender às necessidades da região, as medidas buscavam a redução de gastos, redistribuição da carga de trabalho, que foram critérios importantes para se concluir pela desinstalação.

Confira aqui a íntegra da decisão.

Veja Também

O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirma que iniciativa é uma ação do Brasil soberano, que abre novos caminhos...
Um relatório intitulado “PIB da Música”, divulgado com exclusividade pela Associação Nacional da Indústria da Música (ANAFIMA), revela que o setor musical brasileiro movimentou...
Objetivo é ampliar debate com parlamentares, especialistas e consumidores diante de riscos de monopólio e aumento de preços no setor pet...
Segundo a entidade, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o percentual estimado de pessoas com deficiência visual...
O levantamento aéreo vai analisar a viabilidade de ocupações e subsidiar estudos para futuros processos de regularização fundiária...
O índice acumula queda de 1,35% no ano e alta de 3,03% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2024, o IGP-M subira 0,29% no mês...
A demanda por essa ação específica em Formoso do Araguaia partiu de uma solicitação do prefeito daquele município, Israel Borges...
Ao todo, 1.884.035 contribuintes receberão R$ 2,92 bilhões. A maior parte do valor, informou o Fisco, será para contribuintes sem...
O julgamento terá ampla cobertura jornalística. A Corte recebeu 501 pedidos de credenciamento...
A estrutura do evento já está quase finalizada, segundo a gestão de Palmas: o palco, estandes, tendas e...
O vice-governador esteve presente em três importantes eventos no Tocantins: a festa alusiva ao Dia do Soldado, em Porto Nacional; a final da...
Bancos e instituições financeiras estão impedidos de aceitar novos contratos firmados apenas com a assinatura do representante legal...
Segundo o diretor-presidente da Infra S.A., o Brasil vive um momento de retomada na infraestrutura, com grandes oportunidades...
A taxa de desocupação corresponde ao percentual de pessoas que estão sem trabalho, mas em busca de uma oportunidade. Segundo...
A Vila Sertões estará no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, em Palmas (TO). A abertura da área de box para as equipes será no...
O projeto é coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e envolve quatro fases de atuação, incluindo esta etapa de serviços itinerantes...
A criação da cobrança seria para custear a malha viária municipal, sobrecarregada pelo aumento do tráfego após colapso da ponte entre...
Desde junho, Ministério Público acompanha e fiscaliza a situação da Ala Ortopédica do Hospital Geral de Palmas...

Mais Lidas

Agenda Cultural

Articulistas

Atividade Parlamentar

campo

Esporte

Meio Jurídico

Patrocinado

Polícia

Sociedade em Foco

Universo Espiritual

Publicidade Institucional