Opinião
O problema das praias de Palmas não são as piranhas são as “otoridades” e a pesca profissional
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Praia da Graciosa vazia depois de repetidas ocorrências de ataques de piranha (clique na foto p/ ampliar) | skyscrapercity.com
Praia da Graciosa vazia depois de repetidas ocorrências de ataques de piranha (clique na foto p/ ampliar)

Ouvi nesta quinta-feira um repórter dizendo na CBN Tocantins que os frequentadores da Praia do Prata, em Palmas, não devem jogar comida na água para não atrair piranhas. Dizer que as piranhas se aproximam da área dos banhistas por causa da comida que jogam na água se tornou discurso comum, tanto por parte da imprensa, como dos órgãos oficiais relacionados ao tema.

Quando é que vão entender que o problema não é apenas comida que é jogada na água? Qualquer um, e não precisa ser biólogo, sabe que o problema maior, é outro! O problema é a cadeia biológica do lago que está modificada pelos pescadores profissionais. No Estado são mais de 2 mil, autorizados pela Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP).

Já tivemos informação de que, no ano passado, nos primeiros dias após o fim da piracema, apenas um destes pescadores chegou a armar uma rede com mais de 1.500 metros no lago da UHE Lajeado, que banha a capital Palmas e outros 4 municípios. Ou seja, dependendo do ponto onde a rede foi armada, cercou-se todo o trajeto de passagem dos peixes. Fazem isto para pescar principalmente o tucunaré.

E ai é que entra o principal ponto da questão. Cadê os tucunarés? Eles são um dos predadores das piranhas e muito vorazes por sinal. Ah! Mas vão dizer: - “e desde quando tucanaré come piranha?” – come sim minha gente! Quando a piranha ainda está na fase alevino, ela é um dos pratos dos tucanarés e outros predadores que estão no topo da cadeia alimentar do lago.

Se a população de piranhas estivesse controlada no lago com certeza não haveria os ataques e não precisaria nem colocar telas de proteção para proteger banhistas. Portanto, uma das preocupações que se deve ter se quiserem realmente resolver o problema nas praias de Palmas e mesmo no Estado, é não matar os predadores das piranhas, como os pescadores profissionais tem feito nos lagos do Tocantins. Estes pescadores deveriam estar explorando os rentáveis tanques rede com apoio técnico governamental, como vem ocorrendo em outros lagos no País.

No lago da UHE São Salvadoro Ministério Público Federal (MPF) acompanha acordo em que os pescadores profissionais estão restritos à captura de 60 quilos de pescado por semana cada um, com utilização de redes apenas com malhas de 8 a 14 centímetros.

Em Palmas está passando da hora do MPF também agir para resolver, além da questão ambiental, a questão do turismo. Imaginem quanto a rede hoteleira e restaurantes de Palmas estão deixando de faturar por absoluta falta de capacidade dos gestores públicos que não resolvem a questão! A cidade poderia estar fazendo campanhas para atrair turistas de várias partes do País para usufruir das Praias daqui. Mas como chamar o turista se existe um inimigo à espreita sob as águas?

Além do turista tradicional, o turista amante da pesca esportiva gera também toda uma cadeia de exploração comercial. Ganha o hotel, ganham os restaurantes, casas de pesca e os próprios pescadores envolvidos na pesca profissional que podem trabalhar como guias piloteiros dos pescadores esportivos, indicando os melhores pontos de pesca.

Há poucos dias fiquei estarrecido com aquela reportagem da Band que mostrou um esqueleto de um humano que foi devorado por piranhas, retirado de um lago no sul do Estado poucos dias após o sumiço da vítima.

Cair nas águas dos lagos no Tocantins pode se transformar em cenas de filme de terror dentro de algum tempo se as autoridades não se conscientizarem e continuarem com esta visão caolha sobre o turismo e meio ambiente. O problema das praias de Palmas não são as piranhas, são as “otoridades” e a pesca profissional.

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