Saúde
Secretário de Saúde é multado em 10 salários mínimos por descumprimento de ordem judicial
Secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir
Secretário estadual de Saúde, Marcos Musafir

No início da noite desta sexta-feira, 16, a Justiça determinou a fixação de multa pessoal ao secretário Estadual de Saúde, Marcos Musafir, por ato atentatório à dignidade da justiça, no importe de 10 salários mínimos, devido ao descumprimento de ordem judicial para o restabelecimento dos serviços de exames laboratoriais dos Hospitais Públicos de Palmas e Porto Nacional.

Além disso, foi determinado o prazo de 48 horas para que os serviços sejam regularizados e, caso não seja atendida essa determinação, será expedido ofício à Procuradoria Geral do Estado para anotação do débito na dívida ativa, e também ao Ministério Público, a fim de que adote as providências visando à apuração de eventual crime de desobediência praticado Secretário.

A decisão foi proferida após a Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE/TO) manifestar-se, também nesta sexta-feira, 16, no processo referente à demanda e pedir a intimação pessoal e a prisão do Secretário Estadual de Saúde, caso não procedesse com o imediato cumprimento da decisão liminar proferida ainda no dia 8 de dezembro, tendo em vista que neste caso não há parâmetros para bloqueios; foi pedida também a aplicação da multa pessoal.

“Depois de anos laborando nessa área, chegamos à conclusão de que a única solução é adotar medidas enérgicas, como passar para o campo da responsabilidade pessoal, ou então continuaremos gastando e não garantindo, o que é muito prejudicial ao interesse público primário e caso a multa seja dirigida apenas ao ente público, o cidadão estará sendo penalizado duas vezes”, afirmou o coordenador do Nusa – Núcleo de Defesa da Saúde, defensor público Arthur Luiz Pádua Marques.

Já se passaram oito dias desde que a Justiça determinou o prazo de 24 horas para que o Estado do Tocantins restabelecesse os serviços de exames laboratoriais no Hospital Tia Dedé e Hospital Regional de Porto Nacional, no Hospital e Maternidade Dona Regina, Hospital Infantil de Palmas e Hospital Geral de Palmas (HGP), após a DPE-TO e o Ministério Público Estadual (MPE) ingressarem com uma Ação Civil Pública Condenatória, com Preceito Mandamental de Tutela de Urgência, contra o Governo do Estado, no entanto, até o momento as unidades continuam sem a realização dos exames laboratoriais.

Há casos como o da criança A.L.O., que necessita de exames básicos, como eletrólitos e gasometria, mas que até o momento não foram disponibilizados. Segundo relatos de uma médica, registrados em carta entregue à  direção do Hospital Infantil Público de Palmas, a criança corre risco de óbito e a realização dos exames é essencial para garantir a vida dela. A médica apresenta ainda o nome de pelo menos cinco pacientes que necessitam, em caráter de urgência, e mesmo assim não estão recebendo os exames.

Entenda o caso

Durante vistoria da Operação Dignidade realizada em novembro, a DPE-TO, MPE e o Ministério Público Federal (MPF) detectaram que exames laboratoriais não estão sendo realizados nas unidades hospitalares de Palmas e Porto Nacional. Na ocasião, os profissionais da saúde relataram que alguns pacientes não podem ter alta por falta de realização de exames e outros têm cirurgias suspensas em razão da interrupção, mesmo que parcial.

Além disso, a falta dos exames implica na paralisação de cirurgias, por não realizar os exames pré-operatórios. Conforme a vistoria, os pacientes correm risco de vida sem a realização dos exames, pois a falta atinge aos pacientes internados na UTI – Unidade de Terapia Intensiva.

Conforme apurado, os problemas da falta de exames laboratoriais nos hospitais vêm ocorrendo durante a transição entre o antigo e o novo prestador do serviço. Os documentos indicam que a Secretaria Estadual de Saúde rescindiu unilateralmente o contrato com o antigo laboratório no dia 28 de novembro, determinando que a empresa desocupasse os hospitais no prazo de 24 horas, mesmo sabendo que o laboratório que ganhou a nova licitação não tinha condições de iniciar os trabalhos de imediato.

A nova empresa teria informado que precisaria de um prazo de 15 dias para começar a fazer todos os exames. O que, para a Defensoria Pública do Tocantins e o Ministério Público Estadual, indica que houve interrupção de um serviço essencial dentro de um hospital.

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