Cultura
Grupo Vozes de Ébano celebra Julho das Pretas com nova temporada de espetáculo musical
Foto:Rafael Batista/ Divulgação
Rafael Batista/ Divulgação

A força da mulher negra será ecoada em forma de música e poesia no mês em que se reforça  a visibilidade  do protagonismo feminino negro, conhecido como o “Julho das Pretas”. Por isso, o grupo Vozes de Ébano preparou apresentações especiais que vão marcar esta segunda temporada do espetáculo, nos próximos dias 5 e 6/07 (sábado e domingo), no Teatro Sesc Palmas. “Iniciamos este novo show na Semana Cultural de Porto Nacional, um evento tradicional de muita representatividade e, agora, apresentaremos ao público de Palmas esse espetáculo numa celebração tão necessária como é o Julho das Pretas”, conta o diretor-geral do grupo, Mello Júnior.

As novas músicas, arranjos e cenas renovadas desta segunda temporada são uma combinação perfeita para o período em que se evidencia o empoderamento negro, no “Julho das Pretas”. “Trazer a nova temporada exatamente neste mês tem um significado ainda maior para a nossa proposta. A ideia do Vozes de Ébano é enaltecer a mulher negra a qualquer tempo, mas fazer isso neste período cheio de simbolismo subiu a nossa régua e, por isso, estamos trazendo um trabalho   ainda mais potente”, afirma a produtora e cantora Cinthia Abreu.

A temporada de 202 traz novas músicas e cenas que nasceram de vivências da equipe  após a primeira temporada. Segundo a cantora e produtora do Vozes de Ébano, Malusa, “o grupo  volta ao palco com tudo o que aprendemos na caminhada. O espetáculo cresceu, está mais forte, mais emocionante e cheio de representatividade” e, conforme  Fran Santos,  voz que completa o trio e produção do Vozes de Ébano, “ cantar e contar histórias em voz alta é uma forma de mostrar resistência”.

A nova versão traz outros  arranjos musicais assinados pelo diretor-geral Mello Júnior e o produtor musical Japa, além de trechos inéditos inspirados em textos e vivências de mulheres negras. E além de Palmas, o “Julho das Pretas” será celebrado pelo Vozes de Ébano, em Paraíso do Tocantins, no próximo  dia 10.

Julho das Pretas

No Brasil, o “Julho das Pretas” surgiu em 2013, a partir de uma iniciativa do Instituto Odara, em Salvador-BA, que mobilizou mulheres negras a fazerem  atividades durante o mês, para chamar a atenção, principalmente, sobre os problemas vividos por elas.

A ideia surgiu porque, desde 1992, o dia 25 de julho é comemorado como o Dia da Mulher Afrolatino-americana, Afrocaribenha e da Diáspora, marcado por um encontro histórico em Santo Domingo, na República Dominicana. Porém, a data ficou apenas no calendário, sem ações efetivas que evidenciassem o empoderamento negro.

A partir do movimento criado pelo Instituto Odara, como consolidação do Julho das Pretas, desde 2015  é realizada Marcha Nacional de Mulheres Negras contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. Por todo o país, o “Julho das Pretas” mobiliza ações em diversas áreas, como cultura, educação, saúde, política, com o objetivo de promover a participação e a representação das mulheres negras em todos os espaços da sociedade.

Por que é preciso empoderar?

No Tocantins, por exemplo, cerca de 75% da população se identifica como negra - pretos(as) e pardos(as). No entanto, são minoria na ocupação de espaços representativos, a exemplo das prefeituras, em que apenas 7,3% dos eleitos no último pleito se declaram pretos.

Por outro lado, números negativos estão involuntariamente atrelados aos negros, especialmente às mulheres. O último levantamento do disque 180 mostra que 71% das vítimas  de denúncias de violência, recebidas do Tocantins, são de negras. Com relação às mortes violentas, as mulheres negras são 80% das vítimas do gênero no Estado. “São números que demonstram porque o debate sobre racismo, sexismo, representatividade precisa acontecer e é por isso que colocamos a nossa arte para reforçar essa pauta”, diz a produtora e cantora Cinthia Abreu.

Equipe

Com mais de 50 profissionais envolvidos – cerca de 90% mulheres e 80% negras, incluindo pessoas trans e com deficiência – o projeto reafirma o compromisso com a inclusão, a equidade racial e a valorização de artistas negros no Tocantins. “A estrutura da primeira temporada continua, mas conseguimos amadurecer o espetáculo. Musicalmente, o público pode esperar surpresas. Cenicamente, temos elementos  que tocam mais profundo. É um projeto com identidade, beleza e urgência”, afirma o diretor-geral e preparador vocal Mello Júnior.

Além de homenagear nomes como Elza Soares, Alcione, Leci Brandão, Iza e Liniker, a nova temporada também incorpora composições autorais e textos de autoras como Conceição Evaristo, Carolina Maria de Jesus, Elisa Lucinda e Victoria Santa Cruz, dentre outras. As apresentações contam com banda ao vivo, iluminação cênica e forte apelo visual e sonoro.

Ingressos

Em Palmas, nos dias 05 e 06/07, “Minha Voz e Resistência” será apresentado no teatro do Sesc (502 N), às 19h30, com ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), disponível no Sympla. Encerrando a temporada, o grupo se apresenta no Teatro Cora Coralina, em Paraíso do Tocantins, no dia 10/07, também às 19h30, com entrada gratuita.

O grupo

O projeto tem a cantora e produtora cultural Fran Santos como proponente, apresentação do Grupo Vozes de Ébano e é patrocinado pelo edital Edital nº 22/2024 - Projetos Culturais – Palmas, Categoria A - Área 6 – Música, via Lei Aldir Blanc (PNAB), da Secretaria Estadual da Cultura e Ministério da Cultura.

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