Monte do Carmo, município do sudeste tocantinense, tornou-se cenário vivo da fé e da cultura popular brasileira, de 20 de abril a 24 de maio. A cidade e seu entorno recebem as gravações de um longa-metragem documental que acompanha o tradicional Giro da Folia, uma das manifestações culturais e religiosas mais emblemáticas do Tocantins.
Mais que um ritual, o Giro da Folia é um ciclo sagrado que liga o passado ao presente, o sagrado à terra. Por 34 dias, foliões percorrem fazendas e comunidades rurais levando a bandeira do Divino Espírito Santo, entoando cânticos ancestrais e celebrando a fé em forma de caminhada coletiva, música, dança e devoção. O som da caixa ecoando pelos campos e o estandarte erguido com fé são símbolos vivos dessa tradição centenária.
O documentário é conduzido pelo diretor e roteirista João Luiz Neiva e pelo produtor executivo Nival Correia, e tem como missão captar não apenas as imagens do percurso, mas a essência do povo, as histórias orais, os gestos de resistência e os encontros com o sagrado que acontecem nos silêncios da fé.
“Queremos revelar o que muitos olhos não veem: os bastidores da folia, os preparativos silenciosos, os saberes passados de geração em geração, as lágrimas discretas e os encontros ao redor da mesa ou sob a luz das estrelas”, destaca o diretor João Neiva.
O longa-metragem é uma realização da Produza Arte Criação e Vídeo, com produção da Spatium Audiovisual, e conta com o apoio da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022) por meio do Edital Nº 23/2023 - Audiovisual Tocantins 2023, promovido pela Secretaria Estadual de Cultura do Tocantins e o Ministério da Cultura. A produção também tem parceria com a Associação Cultural e Religiosa dos Foliões do Monte do Carmo, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e a Prefeitura de Monte do Carmo.
O filme é um tributo à oralidade, à cultura popular e ao sentimento de pertencimento que resiste ao tempo. “O Giro da Folia de Monte do Carmo é mais do que uma tradição; é identidade viva de um povo que transforma fé em movimento, e a câmera, neste caso, é instrumento de salvaguarda e reconhecimento dessa grandeza”, afirma João Luiz Neiva.
