Selecionado para o Sesc Amazônia das Artes 2025, o fotógrafo e documentarista Emerson Silva realiza nessa quinta-feira, 15, a vernissage da exposição “Festa do Peixe e Lontra - Histórias do Povo Krahô”, em São Luís/MA, primeira de três capitais da região Amazônica que receberá as obras do artista tocantinense. A exposição é composta por 20 quadros com fotografias em tamanho A2, e ficará aberta à visitação gratuita do público maranhense até o dia 30 de maio, na Sala Sesc de Exposições, localizada no bairro Jardim Renascença II.

Esta é a primeira vez que Emerson Silva faz uma exposição individual fora do Estado. “Venho participando de algumas coletivas há alguns anos, mas esta é a primeira individual. Estou muito alegre com isso tudo, em entender aonde a cultura do Tocantins me leva”, expressou o fotógrafo, que depois desta temporada em São Luís, ainda levará sua exposição para Teresina e Belém.

A programação da abertura da exposição na capital maranhense inclui o lançamento do livro “Festa do Peixe e Lontra”, em edição bilíngue, com fotos, ilustrações e textos, no qual Emerson Silva reuniu diversas histórias, mitos e lendas que fazem parte da cosmologia do Povo Krahô. O fotógrafo e documentarista também realizará a oficina “Fotografia em Contexto Indígena”, logo após a vernissage.

Documentário

A exposição e o livro são resultado de um trabalho de 20 anos de Emerson Silva na Terra Indígena Kraolândia, localizada entre os municípios de Itacajá e Goiatins, que retrata a manifestação cultural do Povo Krahô também contada no documentário “Tep mẽ Têêre jõ amjĩkĩn – Mẽhĩ jujarẽn xà” (Festa do Peixe e da Lontra – Histórias do Povo Krahô, na língua timbira), pelo guardião da história José Dilson Cuxý Krahô.

O documentário, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo (via Secretaria de Cultura do Tocantins em edital lançado em 2024), é narrado no idioma nativo Krahô com legendas em português. De acordo com Emerson Silva, "Festa do Peixe e da Lontra" é a segunda etapa de um projeto documental dedicado a registrar a riqueza cultural e a espiritualidade do povo Krahô. O projeto terá ainda, uma terceira etapa focada na documentação da própria festa, reforçando o compromisso com a preservação cultural.

Carreira

Emerson Silva tem mais de 22 anos de carreira como fotógrafo e documentarista das manifestações culturais do Tocantins, seus patrimônios materiais e imateriais, e os personagens da vida real de comunidades rurais, quilombolas e indígenas. Ao longo de sua carreira, acumulou sete prêmios de fotojornalismo do Ministério Público, Sebrae e Fecomércio, além de dois prêmios nacionais de Expressões Culturais Afro-brasileiras.

Assinou mais de 10 exposições individuais diversas, dentre elas, “Urucum: Sagrado Vermelho” (2024), “Morada da Inocência: entre a tristeza e a alegria” (2023) e “Águas Ancestrais” (2021). Além disso, participou de algumas exposições coletivas, das quais “Mulheres que Fazem a Diferença” (2012), no Palácio das Nações Unidas (ONU), em Genebra-Suíça, e “Dona Romana de Natividade e Seu Santuário” (2024), para o Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Atualmente, faz parte da Associação de Arte Ninho Cultural, é membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI/IFTO), e atua como colaborador do A World Wide Fund for Nature Brasil (WWF Brasil).