Opinião
O que fazer em meio a esse incontrolável mundo digital e seus riscos?
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Em 17 de dezembro de 2002, a Agência Reuters divulgava a morte de um adolescente de 15 anos do Novo México que tentava imitar uma cena de "Jackass: O Filme". O garoto morreu ao tentar entrar em uma caminhonete em movimento e ser arremessado do veículo.

Em 16 de setembro de 2005, a BBC de Londres noticiava a morte do menino Scott Buckle, da cidade de Swansea, que se enforcou ao tentar imitar uma cena do filme “Piratas do Caribe”.

Esses são apenas dois de tantos casos de tragédias ou quase tragédias vividas por famílias que perderam entes queridos que se inspiraram em filmes ou jogos de videogame, sem discernir o perigo que representavam.

Na tentativa de reduzir esses trágicos eventos, a indústria cinematográfica e a de jogos digitais passaram por inúmeras regulamentações. Contudo, nem por isso conteúdos indesejados e perniciosos deixaram de ser produzidos e veiculados.

Recentemente, circulou nas mídias sociais uma mensagem de cobrança por parte da primeira-dama Janja, ao Congresso Nacional, pela regulamentação das redes sociais, após a morte da menina Sarah Raissa Pereira de Castro, de apenas oito anos, após “aceitar” o desafio do desodorante e inalar seu conteúdo, o que provocou uma parada cardiorespiratória e a morte cerebral.

O caso evidentemente chocou o Brasil.

As redes sociais permeiam o mundo dos adolescentes, atraindo-os com infinitos estímulos, desafios e pressões. Hoje em dia, entendemos a magnitude do desastre quando jovens saudáveis ​​se privam de suas vidas devido a uma competição estúpida.

É natural que pais e mães se agarrem a qualquer instrumento que prometa proteger seus filhos de uma tragédia como as citadas acima. Porém, como pais, temos que entender o que realmente está em nossas mãos.

Nossos filhos são pessoas separadas de nós, fisicamente, desde o corte do cordão umbilical, e emocionalmente, desde que se entendem por gente e estabelecem suas próprias escolhas, seus próprios desejos e poderes que despertarão seu próprio ritmo.

É difícil aceitarmos, mas o destino de nossos filhos não está em nossas mãos. O que está, sim, sob nosso poder e responsabilidade são as regras dentro da nossa casa.

Assim, é fundamental que os pais e responsáveis determinem o que é permitido e o que não é em suas casas. Mais do que isso, estejam atentos e, caso percebam que seus filhos estão se expondo ao perigo ou que estão em contato com algo com o qual você não está de acordo, não feche os olhos.

Se estiver claro para você que as mídias sociais podem prejudicar seu filho, você pode e deve restringir o acesso, permitir apenas sob sua supervisão, ou ainda proibir definitivamente. Lembre-se: cada casa tem suas próprias regras.

Esta não é uma decisão fácil e é provável que haverá resistência, talvez até ataques de raiva. “Ah, mas todo mundo tem um perfil no Insta, no FB, no TikTok...” - ou sei lá qual outra plataforma que existe ou que ainda existirá.

Tenha evidente que não interessa o que o resto do mundo pensa ou faz. Como pai ou mãe, você deve se manter fiel à sua própria visão de mundo e convicção.

Para nós da Relacionamentoria, ser pai ou mãe é liderar, apontar o caminho, direcionar. Desse modo, como pais, temos que entender que as regras que estabelecemos em nossas casas e o respeito a elas influenciarão a maneira como nossos filhos agirão em sociedade.

Não podemos temer esse papel, nem nos responsabilizar pelas escolhas de nossos filhos. Mas, devemos determinar o que acreditamos ser correto para eles e depositar neles a confiança de que saberão discernir entre o certo e errado.

Quando a criança sentir que os pais confiam nela e acreditam na sua capacidade, estará disposta a cooperar e se responsabilizar por suas ações.

Em resumo, queridos pais, não podemos controlar as mídias sociais. Mas, não podemos nos furtar a controlar o que entra na nossa casa.

*Yafit Laniado, psicóloga e hipnoterapeuta, criadora da Relacionamentoria, consultoria especializada no relacionamento entre pais e filhos.

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