O crescimento da população de gatos no Brasil reflete uma mudança no perfil de tutores de animais de estimação. O número de felinos nos lares brasileiros cresceu 5,4% em 2023, passando de 29,2 milhões para 30,8 milhões, conforme levantamento do Instituto Pet Brasil. O aumento coloca os gatos como a espécie que mais expandiu sua presença nos domicílios do país.
O Brasil possui um total de 160,9 milhões de animais de estimação. Os cães continuam sendo os mais numerosos, com 62,2 milhões, um crescimento de 2,8% em relação ao ano anterior. As aves ornamentais ocupam a segunda posição, com 42,8 milhões, um aumento de 3,0% no mesmo período.
O professor do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão (PR), Bernardo dos Anjos Borba, destaca que a popularidade dos gatos requer atenção especial por parte dos tutores. Segundo ele, a adaptação do ambiente é fundamental para garantir o bem-estar do animal. Espaços adequados para exploração, brincadeiras e descanso são essenciais para uma convivência harmoniosa.
A segurança do ambiente também deve ser considerada. O uso de telas em janelas e sacadas reduz riscos de quedas e fugas. Brinquedos interativos, arranhadores e locais para esconderijo contribuem para a saúde e o comportamento do animal. Objetos pequenos, produtos de limpeza e plantas tóxicas devem ser mantidos fora do alcance dos gatos.
A saúde felina demanda visitas periódicas ao veterinário. Filhotes necessitam de acompanhamento frequente nos primeiros meses de vida, enquanto adultos saudáveis podem realizar check-ups anuais. Gatos idosos ou com doenças crônicas exigem consultas semestrais ou conforme orientação profissional. Vacinação, vermifugação e controle de parasitas são medidas recomendadas.
Doenças comuns entre gatos incluem rinotraqueíte felina, panleucopenia felina e vírus da imunodeficiência felina (FIV). A toxoplasmose, causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, pode ser transmitida a humanos por contato com alimentos ou água contaminados. Medidas de higiene e prevenção são fundamentais para reduzir riscos.
A expectativa de vida dos gatos varia conforme o estilo de vida e cuidados recebidos. Felinos que vivem em ambiente domiciliar podem atingir entre 12 e 18 anos, enquanto os que vivem em condições externas costumam ter uma expectativa menor, entre 3 e 8 anos.
O custo anual para manter um gato inclui alimentação, saúde e outros cuidados. O valor pode chegar a R$ 1.300,00 apenas com alimentação, enquanto despesas com castração, vacinas, vermífugos e consultas veterinárias variam entre R$ 950,00 e R$ 2.800,00 por ano, dependendo das necessidades do animal.
Gatos não necessitam de banhos frequentes, pois possuem hábitos de higiene próprios. Quando necessário, o banho deve ser realizado a cada dois ou três meses com produtos adequados. Passeios ao ar livre podem ser benéficos, desde que o animal seja acostumado ao uso de guia e peitoral, evitando situações de estresse.
A convivência entre múltiplos gatos no mesmo ambiente pode gerar tensão inicial. Introduções graduais, espaços individuais e multiplicação de recursos ajudam a reduzir conflitos. Gatos são territorialistas e necessitam de tempo para adaptação.
O aumento da população felina no Brasil indica a crescente aceitação dos gatos como animais de estimação. Cuidados adequados garantem o bem-estar dos animais e promovem uma relação harmoniosa com os tutores.
