Cotidiano
Número de mortes nas rodovias federais cresce 10% em 2024
Foto:Divulgação/PRF
PRF em fiscalização de trânsito | Divulgação/PRF
PRF em fiscalização de trânsito

Pelo quarto ano consecutivo, o Brasil registrou um aumento no número de mortes e de acidentes nas rodovias federais. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2024 foram registrados 73.121 acidentes, resultando em 84.489 feridos e 6.160 mortos. Isso equivale a dizer que 16 pessoas morreram diariamente nas rodovias federais em 2024. Esse número é 10% maior em relação ao registrado em 2023. O número de acidentes e feridos teve alta de 8%. 

Este crescimento evidencia a reviravolta no cenário de queda contínua que o País vinha apresentando na última década. Desde 2014, quando houve 169.197 acidentes e 8.234 mortes, o Brasil vinha conquistando ano a no reduções na letalidade do trânsito. Essa tendência de queda se manteve até 2020, com um mínimo histórico de 5.292 mortes e 63.585 acidentes. A situação mudou em 2021, quando o Brasil voltou a computar alta no número de mortes e feridos no trânsito.

As estatísticas expõem a fragilidade do sistema atual de segurança viária, evidenciando os efeitos adversos de políticas que afrouxaram o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), ampliando o prazo para a renovação da CNH; privilegiando os motoristas infratores (dobrando o limite de pontuações de multas) e buscando dizimar a fiscalização de segurança nas rodovias federais. “A partir de 2021, registramos, ano a ano, aumento na violência viária. Isso está diretamente ligado a esse afrouxamento das regras, mas também à deterioração da saúde mental do brasileiro”, comenta Adalgisa Lopes, psicóloga especialista em trânsito e presidente da Associação de Clínicas de Trânsito do Estado de Minas Gerais (ACTRANS-MG). 

Saúde mental em risco

A análise das causas de acidentes revela que, em 2024, a desatenção foi responsável por 42% das ocorrências. Foram 28.522 acidentes causados por reação tardia do condutor (10.912); ausência de reação do condutor (10.658) e acessar a via sem observar a presença dos outros veículos (6.952). 

Adalgisa destaca que a desatenção está diretamente relacionada à deterioração da saúde mental. “O ato de dirigir exige atenção constante e fatores como o uso excessivo de celulares têm exacerbado a desatenção no trânsito. Nesse cenário, ampliar a validade da CNH é um erro porque a falta de avaliação deixa de detectar condições que estão totalmente relacionadas ao aumento do risco de acidentes”, comenta. 

A psicóloga especialista em trânsito e diretora da ACTRANS-MG, Giovanna Varoni, explica que a vida atribulada e cada vez mais agitada afeta significativamente a atenção e a tomada de decisões ao volante. “A fadiga e estresse também podem comprometer o tempo de reação dos motoristas", diz, sublinhando a urgência de integrar a saúde mental às estratégias de segurança viária.

Outras causas

Imprudência, excesso de velocidade e consumo de álcool continuam a figurar entre as principais causas de acidentes, reforçando a necessidade de ações educativas e preventivas robustas. “Sabemos que 90% das causas de acidentes estão relacionadas a fatores humanos. Seja por desatenção ou imprudência, nossas políticas públicas ainda não consideram a saúde como uma prioridade na definição de ações para a segurança viária. Esse é o erro que condena o Brasil a não reduzir as mortes nas ruas e estradas”, completa Adalgisa. (Moneta/AI)

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