Meio Jurídico
Movimento dos Direitos Humanos protocola representação em defesa de famílias sem-terra e denuncia torturas
Foto:Divulgação Medhto
O caso agora aguarda desdobramentos legais, enquanto movimentos sociais acompanham o andamento das investigações. | Divulgação Medhto
O caso agora aguarda desdobramentos legais, enquanto movimentos sociais acompanham o andamento das investigações.

O Movimento Estadual dos Direitos Humanos do Tocantins (MEDHTO), juntamente com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), protocolou nessa terça-feira, 3, uma representação criminal no Ministério Público do Tocantins (MPTO) denunciando atos de violência, tortura e irregularidades em um despejo ocorrido na Fazenda Carmo, em Porto Nacional (TO). Cerca de 50 famílias ocuparam, em novembro deste ano, o terreno que pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Na representação criminal, o MEDHTO e o MST reivindicam investigação, identificação e responsabilização rigorosa da atuação dos agentes da Polícia Militar no episódio; apuração da tortura denunciada e também proteção aos direitos das famílias sem-terra. As entidades informam que o terreno ocupado, lote 23 do Assentamento Retiro em Porto Nacional, pelos trabalhadores sem terra é alvo de grilagem por um fazendeiro na região.

Denúncias

Foto: Divulgação Medhto

De acordo com relatos contidos no Boletim de Ocorrência nº 00108950/2024, indivíduos, em veículos descaracterizados, abordaram um trabalhador autista enquanto ele tentava acessar sinal de celular próximo à rodovia e o espancaram com socos e chutes. Conforme o documento protocolado, policiais militares deram continuidade as torturas aplicando spray de pimenta e o confinaram no compartimento da viatura. Isso o levou a pedir socorro devido à falta de ar.

As famílias presentes na ocasião relataram que os agentes da polícia condicionaram a liberação do trabalhador à desocupação do acampamento. Coagidas, segundo denúncia, as famílias deixaram a área com seus pertences nas viaturas da PM.

Ainda conforme a representação criminal, o Medhto argumenta que o despejo é ilegal, pois desrespeita normas nacionais e internacionais que regulamentam a proteção dos direitos de ocupantes. E para reforçar que despejos só podem ocorrer mediante decisão judicial, com salvaguarda dos direitos fundamentais, citam no documento a Resolução nº 10/2018 do Conselho Nacional de Direitos Humanos e a Resolução nº 2004/2841 do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Para a coordenadora do Medhto, Maria Vanir Ilídio, o episódio reflete uma grave violação de direitos humanos. "Com práticas que configuram tortura e abuso de autoridade. Não podemos tolerar que interesses particulares se sobreponham às garantias constitucionais e que atos de violência sejam usados para intimidar quem luta por dignidade e justiça", disse. 

A reinvindicação é por justiça, declara membro da coordenação do MST, Antônio Marcos Bandeira. “Exigimos das instituições do Estado uma investigação séria sobre as violações de direitos humanos cometidas contra os trabalhadores rurais sem terra durante despejo violento e ilegal no município de Porto Nacional. A nossa luta é por terra, paz e pão”, afirmou. 

O caso agora aguarda desdobramentos legais, enquanto movimentos sociais acompanham o andamento das investigações. Acompanharam os representantes das entidades, os advogados Erink Araújo Castro e Maria de Fátima Dourado da Silva.

Veja Também

O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirma que iniciativa é uma ação do Brasil soberano, que abre novos caminhos...
Um relatório intitulado “PIB da Música”, divulgado com exclusividade pela Associação Nacional da Indústria da Música (ANAFIMA), revela que o setor musical brasileiro movimentou...
Objetivo é ampliar debate com parlamentares, especialistas e consumidores diante de riscos de monopólio e aumento de preços no setor pet...
Segundo a entidade, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o percentual estimado de pessoas com deficiência visual...
O levantamento aéreo vai analisar a viabilidade de ocupações e subsidiar estudos para futuros processos de regularização fundiária...
O índice acumula queda de 1,35% no ano e alta de 3,03% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2024, o IGP-M subira 0,29% no mês...
A demanda por essa ação específica em Formoso do Araguaia partiu de uma solicitação do prefeito daquele município, Israel Borges...
Ao todo, 1.884.035 contribuintes receberão R$ 2,92 bilhões. A maior parte do valor, informou o Fisco, será para contribuintes sem...
O julgamento terá ampla cobertura jornalística. A Corte recebeu 501 pedidos de credenciamento...
A estrutura do evento já está quase finalizada, segundo a gestão de Palmas: o palco, estandes, tendas e...
O vice-governador esteve presente em três importantes eventos no Tocantins: a festa alusiva ao Dia do Soldado, em Porto Nacional; a final da...
Bancos e instituições financeiras estão impedidos de aceitar novos contratos firmados apenas com a assinatura do representante legal...
Segundo o diretor-presidente da Infra S.A., o Brasil vive um momento de retomada na infraestrutura, com grandes oportunidades...
A taxa de desocupação corresponde ao percentual de pessoas que estão sem trabalho, mas em busca de uma oportunidade. Segundo...
A Vila Sertões estará no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, em Palmas (TO). A abertura da área de box para as equipes será no...
O projeto é coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e envolve quatro fases de atuação, incluindo esta etapa de serviços itinerantes...
A criação da cobrança seria para custear a malha viária municipal, sobrecarregada pelo aumento do tráfego após colapso da ponte entre...
Desde junho, Ministério Público acompanha e fiscaliza a situação da Ala Ortopédica do Hospital Geral de Palmas...

Mais Lidas

Agenda Cultural

Articulistas

Atividade Parlamentar

campo

Esporte

Meio Jurídico

Patrocinado

Polícia

Sociedade em Foco

Universo Espiritual

Publicidade Institucional