Cultura
Comunidade Mumbuca realiza a tradicional Festa da Colheita que marca o período de extração do capim dourado
Foto:Washington Luiz
Washington Luiz

Conhecido como o Ouro do Tocantins, o capim dourado é retirado da terra somente após a tradicional e aguardada Festa da Colheita, que ocorre sempre no mês de setembro, na comunidade quilombola Mumbuca. O Estado do Tocantins se fez presente na festividade que ocorreu de 9 até 11 de setembro. “Uma grande honra participar de uma festa tão tradicional e que faz parte da nossa cultura, do que é a gente é: tocantinense!”, expressou o secretário Extraordinário de Participações Sociais e Políticas de Governo, Marcos Milhomens.

Ele mencionou, também, na ocasião, que o capim dourado é o retrato do Jalapão. Um grande roteiro turístico, não só no Brasil como no mundo. “O Estado do Tocantins tem olhado com muita atenção e com muito critério o Jalapão. Vem trabalhando nesses últimos meses de forma muito contundente, inclusive quem é daqui da comunidade sabe. É bem perceptivo o que o Estado do Tocantins está fazendo. Melhoria das estradas que era um problema histórico. Sobretudo o impulsionamento na parte turística. Há também um trabalho muito interessante de divulgação, principalmente por parte da Secretaria de Turismo”, destacou.

Marcos Milhomens ainda comentou sobre a situação recente de que o Estado do Tocantins deixou de lado a questão de fazer concessão do parque do Jalapão após ouvir a comunidade local. “Estava sendo feita de forma verticalizada. De cima para baixo, sem ouvir a comunidade”, finalizou.

O prefeito de Mateiros, o pastor João Martins, certificou que a Festa da Colheita faz parte da cultura local e vem crescendo a cada ano devido o apoio do Estado do Tocantins. “Acaba ficando uma festa bem aconchegante e que já virou tradição para a região. É de uma importância extraordinária porque aqui, na nossa terra, não produz agricultura ou pecuária, então as pessoas sobrevivem da venda do capim dourado e do turismo. À medida que a demanda cresce a comunidade comemora, pois o capim dourado promove o sustento para os moradores daqui”, afirmou.

Ele explicou que várias comunidades quilombolas trabalham com o capim dourado na confecção de artesanato, adereços e vestuário. Isso ocorre na própria comunidade Mumbuca, e também na Boa Esperança, Carrapato, Rio Novo, e a do Prata, que faz parte do município de São Félix.

O gestor enfatizou que além de parte da estrutura para a festa e de efetivo para a segurança do evento, o Programa de Fortalecimento da Economia e Geração de Emprego e Renda do Estado do Tocantins destinou R$ 2 milhões para Mateiros. Ele afirmou que o recurso é voltado para obras com início ainda no mês de setembro e abrangem um complexo turístico com academia ao ar livre, quiosque e uma feira coberta para os produtores locais, inclusive para os que vendem artesanatos produzidos a partir do capim dourado.

Tradição

A artesã de 66 anos Noemi Ribeiro da Silva é admirada na comunidade Mumbuca, conhecida como Doutora, ela contou que começou a costurar o capim dourado ainda com 12 anos. “Tradição linda que eu aprendi com minha mãe, dona Miúda. Nessa época ela se sentou com a gente e me apresentou a cultura do capim dourado. Ensinando com humildade. Ela aprendeu com a mãe dela, minha avó, quando tinha apenas 14 anos”, explicou a senhora Doutora.

A artesã destacou, que além da tradição, o capim dourado é uma fonte de renda fundamental para o Mumbuca e que o povoado entende a necessidade da preservação do vegetal. “Temos a preocupação de uma hora acabar, de estragar a planta por colher fora de época. Não pode ser assim não, porque daí não acha mais no campo, porque fica “raleado”, enfraquece a raiz, a semente murcha quando faz a colheita isso fora de hora. A geração do Jalapão vive disso e o Mumbuca tem essa preocupação. O Cerrado é uma parte da nossa vida, se estragar, isso vai nos afetar diretamente. Por isso passo essa tradição para os jovens. Ter consciência!”, concluiu.

Preservação

Sobre essa preservação mencionada pela artesã Noemi, o vice-presidente do Naturatins, Pedro Felipe Tolentino, explicou que a Lei 3594/2019 abrange a proteção e preservação do capim dourado durante sua colheita. Cerca de 400 pessoas estão cadastradas e receberam nesse sábado, 10, autorização para fazer o manejo do plantio.

“O Naturatins é o fiscalizador de toda a cadeia de colheita, de manejo, tanto do capim dourado como do fogo para não atingir essas plantações ricas. O capim dourado é o principal elemento do turismo e fonte de renda daqui da comunidade do Mumbuca. Patrimônio histórico do Estado, famoso não só no Tocantins, mas fora daqui. A colheita feita no tempo certo trará maior produção e quem ganha é o Estado inteiro”, afirmou o gestor.

Festa da Colheita

O início da colheita do Capim Dourado começa a partir desta segunda, 12, e vai até final de novembro. A data é regulamentada para garantir o manejo sustentável do vegetal, matéria-prima dos artesanatos e principal fonte de renda das comunidades da região.

O evento é uma realização da Associação dos Artesãos do Povoado Mumbuca. Na programação, diversas atividades que valorizam e fortalecem a cultura e a economia das comunidades envolvidas, como rodas de conversas e prosas, degustação de comidas típicas, visita aos atrativos turísticos, comercialização de produtos da agricultura familiar, atrações culturais regionais e artesanato com o ouro do Tocantins.

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