Estado
Movimento de policiais penais que cobram direitos trabalhistas já alcança 29 unidades prisionais do Estado

Servidores do Barra da Grota, onde movimento começou, cobrando direitos trabalhistas em agosto de 2020 (Foto: Divulgação/ Prosispen)

O movimento de reivindicação por direitos trabalhistas organizado por policiais penais no Tocantins já alcançou 29 unidades prisionais em todo o estado, desde a Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota, em Araguaína, onde o movimento começou, até unidades penais e cadeias públicas de cidades do interior do estado.

Batizado de Operação Legalidade Primavera Árabe, o movimento faz alusão à onda de movimentos e revoluções em países do Oriente Médio que teve início em 2010 e “faz referência a um movimento que começou pequeno, mas que se expandiu, tornando-se grande”, como explicou o presidente da Associação dos Profissionais do Sistema Penitenciário do Tocantins (Prosispen), Wilton Angelis Barbosa.

Apesar do nome, o movimento não se trata de uma ação operacional dentro das unidades, mas sim de um movimento que busca pressionar o Governo do Estado para cumprir o pagamento de direitos devidos aos policiais penais, como horas extras e adicionais.

De acordo com a Prosispen, a chamada Operação Legalidade Primavera Árabe suspende qualquer atividade que fuja às obrigações legais atribuídas aos policiais penais, ou que possam colocar em risco vida dos servidores e reeducandos.

Os agentes prometem deixar de fazer horas extras, cumprindo somente as 40 horas semanais, de acordo com o estatuto da categoria, e ainda deixar de fazer escoltas fora do município de atuação por causa do não pagamento de diárias.

Ainda segundo a Prosispen, os agentes também pretendem como regalias de presos dentro das celas, como ventiladores, televisores, videogames, entrada de fumo e outros itens, além da proibição de contato de presos com parentes e advogados, a depender da disponibilização de equipamentos de proteção individual para prevenir o risco de contágio pela covid-19 no contato com pessoas do público externo.

A entidade alerta que o movimento dos servidores pode impactar o tempo de duração do banho de sol dos reeducandos, suspensão de alguns serviços, como transferências no período noturno, uma vez que os agentes se recusam a trabalhar a noite por causa do não recebimento do adicional noturno. 

A associação garante, no entanto, que os agentes vão continuar trabalhando e que não há risco de rebeliões ou fuga de detentos.

Contratados

Além da cobrança de direitos trabalhistas, a Prosispen também denuncia o emprego irregular de mão de obra não qualificada em atividades que só podem ser exercidas por policiais penais. Segundo Wilton Barbosa, para sanar a falta de servidores nos quadros do sistema penitenciário, o governo contratou auxiliares e lhes atribuiu funções de agente, o que é proibido. “Eles não têm treinamento, nem porte de arma para atuarem como policiais penais, mesmo assim, realizam escolta, serviços de vigilância e segurança. Isso é irregular”, afirmou.

De acordo com o representante, faltam servidores em todos os postos de trabalho. “A recomendação do CNJ é de que haja pelo menos 1 agente para cada 5 presos. No caso das escoltas, são precisos 2 agentes para movimentação dos presos. Nada disso é cumprido por falta de pessoal”, alertou.

Ainda segundo Wilton, há pessoas disponíveis no cadastro de reserva do último concurso realizado para o quadro, mas o governo se recusa a convoca-los. “Há pelo menos 162 pessoas no cadastro de reserva que poderiam ser chamadas para reforçar o quadro, mas o governo não chama. Enquanto isso, pessoas contratadas indicadas por aliados políticos do governo são postas para trabalhar em atividades para as quais não têm capacitação de forma irregular”, finalizou.

O outro lado

A reportagem aguarda posicionamento da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) a respeito do assunto.

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