Diante da pandemia da Covid-19 e para evitar deslocamentos desnecessários e aglomerações na rede de atendimento, a Secretaria de Saúde de Paraíso do Tocantins adota teleorientação e telemonitoramento. Esses mecanismos possibilitam os profissionais de Vigilância em Saúde acompanhar os pacientes que testaram positivo, bem como os seus contatos. As equipes da rede municipal monitoram os “Casos Ativos”. Esses serviços são realizados de segunda-feira a sábado, das 7h às 18h.

Maria relatou que ao desconfiar que poderia estar com a doença procurou a UBS Exclusiva onde passou por consulta médica, recebeu as medicações e entregou a coleta de material para realização de exame. Após esses procedimentos recebeu o resultado do exame por telefone, que havia testado positivo para covid-19, algo que já desconfiava. Do outro lado a profissional da saúde perguntou como ela estava se sentindo, quais as pessoas com quem ela tinha tido contato recentemente, a orientou sobre o isolamento e as medidas de segurança que deveriam ser seguidas em casa para evitar a contaminação dos demais membros da família. Em seguida, já por mensagem via WhatsApp, Maria recebeu as orientações por escrito, uma cópia do exame e foi informada sobre o dia e horário de seu retorno à consulta médica na Unidade de Saúde Exclusiva para pacientes com a covid-19.

Esse protocolo de atendimento é repetido dezenas de vezes, todos os dias, pelos profissionais da Sala de Monitoramento, instalada na unidade básica de saúde Sespe. Ao todo são sete servidores da Secretaria Municipal de Saúde, que se revezam no atendimento, à distância, dos pacientes testados positivos e o monitoramento “dura em média 14 dias ou até a liberação com alta médica do paciente e a ausência de sintomas”, informou a diretora de Vigilância em Saúde do município, Ana Cristina Pimenta Gomes da Silva.

Além das orientações e marcações de consultas médicas, feita pela equipe de monitoramento os pacientes também podem, dependendo da necessidade, receber atendimento médico e psicológico via telefone. “Também fica a cargo da equipe, quando não há sucesso nas tentativas de contato telefônico, ir ao endereço do paciente e solicitar um novo número de contato para que se dê início ao processo de monitoramento conforme preconizado pelo Ministério da Saúde”, acrescentou a diretora de Vigilância em Saúde.

Ainda de acordo com Ana Cristina o trabalho de monitoramento em Paraíso começou em março, quando houve a primeira suspeita de que um morador poderia estar infectado pelo covid-19 “e desde abril o trabalho tem sido intensificado. Tanto que começamos com dois profissionais e agora já somos uma equipe com sete pessoas. Nesse período já foram realizados 2694 monitoramentos incluindo contatos suspeitos e positivos”. Entre as atribuições da equipe estão: “as ligações diárias, inserção das informações no banco de dados e no próprio sistema do Ministério da Saúde, preenchimento das fichas individuais, busca de atestado médico para os pacientes em isolamento e outras demandas”, acrescentou a diretora de Vigilância em Saúde.

O retorno sobre o trabalho de monitoramento da Prefeitura de Paraíso, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, tem sido positivo por parte da população que já precisou usar o serviço. “Me senti amparado quando precisei. Desde a primeira ligação para me informar o resultado do teste até a alta médica eu fui sempre muito bem atendido e orientado tanto na Unidade Exclusiva quanto pelas profissionais que me ligavam para saber o meu estado de saúde, que providenciaram o atestado médico e as receitas que precisei”, informou Luiz, diagnosticado com a covid-19 em julho deste ano e já recuperado.

Ainda de acordo com Ana Cristina Pimenta um dos objetivos principais do isolamento “é reforçar a importância do isolamento para que os casos positivos não repassem o vírus para outras pessoas, sejam elas os familiares, colegas de trabalho e a população no geral”.

De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, o paciente em isolamento deve, se possível, permanecer em um quarto separado sem contato com os demais moradores da casa. Não havendo possibilidade de adotar esta medida, a pessoa diagnosticada deve adotar os seguintes cuidados: separar seus objetos de uso pessoal como copos, talheres e pratos, usar máscara, redobrar os cuidados com a higiene das mãos e a limpeza da casa e descartar o lixo doméstico embalado em pelo menos duas sacolas plásticas.

Os nomes dos pacientes foram alterados a pedido dos entrevistados.