Economia
Especialista no mercado imobiliário analisa cobrança de aluguel no “Minha Casa Minha Vida” a partir de julho
Foto:Regiane Rocha
Mudança visa combater o comércio ilegal de unidades da faixa 1 | Regiane Rocha
Mudança visa combater o comércio ilegal de unidades da faixa 1

O Governo Federal anunciou mudanças no programa Minha Casa Minha Vida que podem entrar em vigor ainda neste ano de 2019. As alterações visam atingir diretamente as faixas mais sociais, especialmente as faixas 1, para famílias com renda até R$ 1,8 mil, e 1,5, com renda até R$ 2,6 mil, cujo principal ponto seria a alteração da ideia de um financiamento habitacional para uma locação social, para primeira faixa.

O vice-presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Wilson César Rascovit, conta que, durante muitos anos, o Governo Federal disponibilizou para as famílias de baixa renda a possibilidade de acesso à casa própria através do Programa de Arrendamento Residencial (PAR). “Nesta modalidade, o mutuário pagava durante um tempo uma prestação para a Caixa Econômica Federal e ao final desse contrato poderia optar por adquirir o imóvel por um valor, ou não manter mais o contrato. Ao que tudo indica, a ideia do atual governo se assemelha bem ao PAR, porém sem a opção de compra ao final do tempo contratual estipulado pelas partes”.

De acordo com ele, a mudança anunciada visa combater o comércio ilegal de unidades da faixa 1, que acaba levando as famílias à condição de vulnerabilidade existente antes mesmo da concessão do direito ao MCMV faixa 1. “Aliado a isso, o governo ainda quer impor requisito como participação em programas sociais de capacitação profissional para que o beneficiado possa adquirir uma condição melhor de trabalho, para que, através de seu esforço, possa atingir a condição de aquisição de um imóvel por conta própria, ainda dentro do MCMV, mas nas faixas superiores”, completa Wilson César Rascovit.

A medida pode ser vista como antissocial do ponto de vista em que deixará de propiciar a aquisição da casa própria pela população de mais baixa renda familiar, como avalia o vice-presidente da ABMH. “Com essa ideia de locação, perde-se a possibilidade de dizer que o mutuário será o proprietário do imóvel ao final do contrato de financiamento. Atualmente, a faixa 1 é subsidiada em 90% pelo governo, cabendo ao mutuário pagamento de parcelas mensais que variam de R$ 80,00 a R$ 270,00”.

Por outro lado, a medida ainda continua com seu cunho assistencial, pois não só vai dar ao cidadão o direito de ter uma moradia, ainda que temporária, mas também poderá lhe propiciar a possibilidade de desenvolver uma carreira profissional através da participação em cursos profissionalizantes. “Já que para ter direito ao aluguel, os beneficiários terão de frequentar ações sociais do próprio governo, como programas de capacitação e com isso obter um financiamento habitacional com o seu próprio trabalho”, afirma Wilson César Rascovit.

De acordo com o vice-presidente a ABMH, ainda é cedo para dizer se o programa será um sucesso ou não. “Porque não sabemos ao certo quais serão as diretrizes que vão guiar essa nova situação, e principalmente quais serão as regras para se manter a família dentro do programa, o tempo de manutenção da posse do imóvel, a contrapartida que será dada através dos programas sociais profissionalizantes e, principalmente, os valores que serão cobrados pelo aluguel e processo de despejo em caso de inadimplência”.

Segundo a ABMH, a medida visa aliviar os cofres públicos por envolver participação direta da iniciativa privada e menos investimento mensal a longo prazo do governo (pagamento de parte da parcela do financiamento). “Porém, quando se fala em moradia, não estamos diante simplesmente de uma ideia de economia dos cofres públicos, mas sim de um direito constitucional que é uma pedra no sapato do País”, ressalta Wilson César Rascovit.

Veja Também

O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirma que iniciativa é uma ação do Brasil soberano, que abre novos caminhos...
Um relatório intitulado “PIB da Música”, divulgado com exclusividade pela Associação Nacional da Indústria da Música (ANAFIMA), revela que o setor musical brasileiro movimentou...
Objetivo é ampliar debate com parlamentares, especialistas e consumidores diante de riscos de monopólio e aumento de preços no setor pet...
Segundo a entidade, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o percentual estimado de pessoas com deficiência visual...
O levantamento aéreo vai analisar a viabilidade de ocupações e subsidiar estudos para futuros processos de regularização fundiária...
O índice acumula queda de 1,35% no ano e alta de 3,03% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2024, o IGP-M subira 0,29% no mês...
A demanda por essa ação específica em Formoso do Araguaia partiu de uma solicitação do prefeito daquele município, Israel Borges...
Ao todo, 1.884.035 contribuintes receberão R$ 2,92 bilhões. A maior parte do valor, informou o Fisco, será para contribuintes sem...
O julgamento terá ampla cobertura jornalística. A Corte recebeu 501 pedidos de credenciamento...
A estrutura do evento já está quase finalizada, segundo a gestão de Palmas: o palco, estandes, tendas e...
O vice-governador esteve presente em três importantes eventos no Tocantins: a festa alusiva ao Dia do Soldado, em Porto Nacional; a final da...
Bancos e instituições financeiras estão impedidos de aceitar novos contratos firmados apenas com a assinatura do representante legal...
Segundo o diretor-presidente da Infra S.A., o Brasil vive um momento de retomada na infraestrutura, com grandes oportunidades...
A taxa de desocupação corresponde ao percentual de pessoas que estão sem trabalho, mas em busca de uma oportunidade. Segundo...
A Vila Sertões estará no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, em Palmas (TO). A abertura da área de box para as equipes será no...
O projeto é coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e envolve quatro fases de atuação, incluindo esta etapa de serviços itinerantes...
A criação da cobrança seria para custear a malha viária municipal, sobrecarregada pelo aumento do tráfego após colapso da ponte entre...
Desde junho, Ministério Público acompanha e fiscaliza a situação da Ala Ortopédica do Hospital Geral de Palmas...

Mais Lidas

Agenda Cultural

Articulistas

Atividade Parlamentar

campo

Esporte

Meio Jurídico

Patrocinado

Polícia

Sociedade em Foco

Universo Espiritual

Publicidade Institucional