Após passar por dois turnos de uma eleição suplementar decorrente da cassação do então governador Marcelo Miranda (MDB) e sua vice, Claúdia Lelis (PV), Mauro Carlesse (PHS) tomou posse como governador do Estado do Tocantins em sessão realizada na manhã desta segunda-feira, 9, no plenário da Assembleia Legislativa do Tocantins, para um mandato tampão até 31 de dezembro deste ano. A sessão foi presidida pela presidente da AL, deputada estadual Luana Ribeiro (PDT), que tomou posse com presidente da Casa, na mesma sessão, após a renúncia de Carlesse como deputado estadual e presidente da mesa diretora. Também foi empossado o vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS).

Após receber a faixa de governador e assinar o termo de posse, Carlesse usou a tribuna para fazer seu discurso de posse. Iniciou dizendo que, apesar de estar na política há pouco mais de três anos e meio, o meio político e a chefia do Poder Executivo ainda são novidade para ele. Lembrou de sua passagem pela Assembleia como deputado estadual e brincou, “fico feliz de ter passado por esta casa e até morado vinte e poucos dias nela. Eu fui o primeiro morador desta casa”, ironizou o governador ao mencionar o episódio em que ficou preso em seu gabinete na AL em 2015 por não pagar pensão alimentícia à ex-esposa.

Em um discurso no qual os agradecimentos foram mais extensos que seu pronunciamento oficial, Carlesse se dirigiu principalmente aos deputados que farão oposição ao seu mandato.

Em tom informal, o governador ironizou momentos de embate que teve com os opositores, “vou começar por um que mais deu trabalho pra gente, Ricardo Ayres. Mas vai ajudar nós [sic], eu tenho certeza absoluta que vai ajudar este estado, tem esse comprometimento. Stálin Bucar que tá começando agora...”, brincou ao desejar boa sorte para o deputado estadual Stálin Bucar (PR) que entra na vaga deixada por Wanderlei Barbosa e deve compor a bancada de oposição à Carlesse. Bucar, entretanto, declarou que não pretende “atrapalhar” o governo de Carlesse, exercendo sua legislatura com “comprometimento”.

Quem também prestigiou a sessão e recebeu menção do governador foi o senador Ataídes Oliveira. Mesmo sem ter manifestado apoio a Carlesse na eleição suplementar, o senador disse que vai estar ao lado do governo, “a missão [de Carlesse] é difícil, mas como senador do Tocantins vou estar ao lado para ajudar”.

Devolvendo as “boas intenções” do senador, Carlesse o cumprimentou da tribuna como quem recebe uma visita em casa, “Ataídes, precisa vir mais vezes. Neste momento precisamos estar juntos. O estado precisa disso”.

Vice

Depois de nublar as expectativas sobre seu futuro político após a vitória na suplementar, Wanderlei Barbosa resolveu renunciar. Mesmo ciente de que deixaria a cadeira para um possível opositor, na tribuna Barbosa declarou que o fez sem peso na consciência, “É um momento extremamente novo, deputado Stálin Bucar, que assume minha cadeira sem nenhuma tristeza pois vou para uma missão a mim creditada pelo governador Carlesse e o povo tocantinense”, declarou.

O vice-governador também pediu a proximidade do Poder Legislativo ao Executivo. “Deputada Luana Ribeiro, precisamos estabelecer uma relação institucional forte. Precisamos fazer com que o tocantinense volte a confiar no aparelho público que ele colocou na nossa mão”, completou.

Após a cerimônia Carlesse e Wanderlei fizeram a tradiciional caminhada a pé da Assembleia até o Palácio Araguaia, acompanhados de apoiadores. O mandato tampão vai até o dia 31 de dezembro. Carlesse já antecipou que é pré-candidato à reeleição em outubro.

Perfis

O governador Mauro Carlesse tem 57 anos e é natural de Terra Boa (PR). Empresário, estabeleceu-se em Gurupi no Tocantins, onde iniciou a carreira política em 2011 filiando-se ao Partido Verde (PV). No ano seguinte foi candidato a prefeito.

Em 2014, filiado ao PTB, Carlesse foi eleito deputado estadual, onde foi escolhido presidente da casa em 2016. Atualmente está filiado ao PHS.