Polí­tica
Deputado Paulo Mourão questiona Banco do Brasil sobre capacidade do Tocantins contrair empréstimos
Imagem da notícia

Durante nova discussão sobre a autorização do empréstimo de R$ 600 milhões pelo Governo do Tocantins, que aguarda aprovação por parte da Assembleia Legislativa, ocorrida no Plenarinho da Casa, na tarde dessa terça-feira, dia 27, o deputado Paulo Mourão (PT) fez uma série de questionamentos ao superintendente do Banco do Brasil, Marcos Antônio Kruger. Entre eles qual é a taxa de juros a ser cobrada, a carência, o prazo para pagamento do empréstimo e se o Tocantins tem realmente condições de contrair o financiamento, uma vez que está descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF. “É importante que o Banco do Brasil leve em consideração que 7% da Receita Corrente Líquida do Tocantins, que em 2016 foi algo em torno de R$ 7,3 bilhões, estão comprometidos para pagar juros e serviços dívida pública, referente à operações de crédito,”, lembrou.              

Kruger ficou embaraçado na resposta, apesar de dizer que em princípio o banco sinalizou que o Estado teria condições de contrair o empréstimo, revelou a seguir que o cumprimento da LRF é um dos pré-requisitos para liberação do financiamento. Paulo Mourão considerou que o correto seria o banco dizer primeiro se o Estado tem condições de ter acesso ao crédito para depois os deputados decidirem pela aprovação.  “Como ficará a situação de nós deputados se aprovarmos o financiamento e amanhã após a análise jurídica e técnica, o Banco do Brasil disser que o Estado não poderia tomar o empréstimo”, questionou. “Nós então aprovamos algo irregular, ilegal, não deveria ser o contrário o banco dizer que o Estado tem o crédito aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional e condições legais de ter acesso ao crédito para depois nós votarmos”, interrogou Mourão.

O Superintendente não quis informar a taxa de juros cobrada citando sigilo bancário, mas que poderia repassar a informação ao governo posteriormente. “Não é um empréstimo desvantajoso ou caro, é um empréstimo para estados, bem analisado e só acontece se Estado tiver capacidade de pagamento, senão não vai acontecer”, argumentou Marcos Antônio Kruger. “Aqui nós estamos tratando de coisa pública, o Banco do Brasil é público, o Estado do Tocantins é público, nós não podemos deixar de informar a sociedade a taxa de juros”, reagiu o deputado.

 Paulo Mourão classificou de aviltante e um abuso o que o sistema bancário do país faz com o seu povo. “O sistema financeiro do país ganhou em 2016 R$ 880 bilhões, enquanto estamos com  mais de 14 milhões de desempregados, então nós temos que saber qual a taxa de juros”, defendeu.   

O superintendente respondeu que o empréstimo será liberado após análise. “Quando o banco fizer a análise é que vai ter dimensão da possibilidade ou não do Estado arcar com os compromissos ou não”, ressaltou. “Mas aí nós deputados aprovamos, como vamos explicar para a sociedade que aprovamos um empréstimo que o Banco do Brasil não pode financiar”, perguntou o parlamentar. “É algo deselegante com nós deputados, deveria ser diferente, o banco garantir que o Estado tem condições de ter acesso ao crédito para que nós votássemos e com conhecimento da taxa de juros, já pensou se for a taxa Selic”, observou.

“São coisas diferentes que andam em paralelo, não se misturam”, retrucou Kruger. “E se o banco resolver dizer que o Estado não tem condições de contrair o empréstimo, nós tendo aprovado aqui”, insistiu Mourão. “Em linhas gerais o Estado tem possibilidades nas condições de hoje”, respondeu o Superintendente. “Se o senhor me garantir que o Estado do Tocantins tem  plena condições de ter acesso a esse crédito, ótimo”, frisou Paulo Mourão. “Mesmo descumprindo a LRF?”, quis saber. “Se estiver descumprindo da LFR, o banco não financia”, respondeu Kruger. “Então vamos aprovar o quê?”, comentou Paulo Mourão, encerrando a discussão.

Antes de iniciar esse debate com o Superintendente do Banco do Brasil, o deputado Paulo Mourão fez uma série de outros questionamentos. Ele protocolou um requerimento junto ao presidente da Comissão de Constituição e Justiça, deputado Olyntho Neto (PSDB), pedindo informações ao superintendente do Banco do Brasil, Marcos Antônio Kruger.

O documento questiona de serão analisadas as certidões que são requisitos mínimos da legislação vigente para concessão do empréstimo; se existe a disponibilidade e vontade das instituições financeiras em efetuar as operações de crédito com o Tocantins, baseada em critérios técnicos ou a decisão de conceder o crédito é puramente política; se as instituições tem pleno conhecimento da problemática enfrentada pelo Estado quanto ao descumprimento da LRF e as instituições não temem ser questionadas pelos órgãos de controle como o Tribunal de Contas da União por terem firmado contrato com ente federado em descumprimento a LRF.

Outra preocupação do parlamentar é que os recursos sejam desviados, como foi verificado através da Operação Ápia da Polícia Federal, “onde foi montada uma verdadeira organização criminosa, suspeita de fraudar licitações e desviar recursos de terraplanagem e pavimentação asfáltica, envolvendo políticos, servidores públicos e empresários no valor de R$ 200 milhões”, cita o documento.

Paulo Mourão defende no requerimento que sejam criados mecanismos inovadores para garantir a destinação dos recursos. Ele pergunta se as instituições financeiras concordam que sejam incluídos artigos na lei autorizadora de contratação das operações de crédito, que dificultem as alterações na destinação dos recursos, uma vez que a modelo anterior mostrou-se falho e propenso a dar margem a fraudes. Por fim, o deputado assinala com a possibilidade de responsabilização solidária dos gestores das instituições financeiras, a fim de não se repetir os problemas verificados na Operação Ápia.

O presidente da CCJ, deputado Olytnho Neto acatou o pedido do requerimento que deverá ser respondido pelo Banco do Brasil por escrito, conforme solicitado pelo deputado Paulo Mourão.  

Veja Também

Os estandes que comercializam os pratos classificados para o FGT abrem às 18 horas, com oferta de receitas variadas e acessíveis a todo o...
O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirma que iniciativa é uma ação do Brasil soberano, que abre novos caminhos...
Um relatório intitulado “PIB da Música”, divulgado com exclusividade pela Associação Nacional da Indústria da Música (ANAFIMA), revela que o setor musical brasileiro movimentou...
Objetivo é ampliar debate com parlamentares, especialistas e consumidores diante de riscos de monopólio e aumento de preços no setor pet...
Segundo a entidade, um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o percentual estimado de pessoas com deficiência visual...
O levantamento aéreo vai analisar a viabilidade de ocupações e subsidiar estudos para futuros processos de regularização fundiária...
O índice acumula queda de 1,35% no ano e alta de 3,03% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2024, o IGP-M subira 0,29% no mês...
A demanda por essa ação específica em Formoso do Araguaia partiu de uma solicitação do prefeito daquele município, Israel Borges...
Ao todo, 1.884.035 contribuintes receberão R$ 2,92 bilhões. A maior parte do valor, informou o Fisco, será para contribuintes sem...
O julgamento terá ampla cobertura jornalística. A Corte recebeu 501 pedidos de credenciamento...
A estrutura do evento já está quase finalizada, segundo a gestão de Palmas: o palco, estandes, tendas e...
O vice-governador esteve presente em três importantes eventos no Tocantins: a festa alusiva ao Dia do Soldado, em Porto Nacional; a final da...
Bancos e instituições financeiras estão impedidos de aceitar novos contratos firmados apenas com a assinatura do representante legal...
Segundo o diretor-presidente da Infra S.A., o Brasil vive um momento de retomada na infraestrutura, com grandes oportunidades...
A taxa de desocupação corresponde ao percentual de pessoas que estão sem trabalho, mas em busca de uma oportunidade. Segundo...
A Vila Sertões estará no Centro de Convenções Arnaud Rodrigues, em Palmas (TO). A abertura da área de box para as equipes será no...
O projeto é coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e envolve quatro fases de atuação, incluindo esta etapa de serviços itinerantes...
A criação da cobrança seria para custear a malha viária municipal, sobrecarregada pelo aumento do tráfego após colapso da ponte entre...

Mais Lidas

Agenda Cultural

Articulistas

Atividade Parlamentar

campo

Esporte

Meio Jurídico

Patrocinado

Polícia

Sociedade em Foco

Universo Espiritual

Publicidade Institucional