Em decorrência das fortes chuvas na região Sudeste do Estado entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano e que afetaram cerca de 30 famílias da zona rural do município de Paranã, distante a 347 quilômetros de Palmas, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil realizou nesta terça e quarta-feira (08 e 09), a entrega de mantimentos, roupas, filtros de água e colchões às famílias afetadas pelas enchentes dos rios do município. A atividade foi realizada em parceria com a Superintendência do Banco do Brasil em Palmas por meio do seu quadro de funcionários.
A ação contou com a mobilização de cerca de 200 colaboradores de nove agências e três unidades de apoio da Capital. Ao todo foram arrecadados cerca de R$ 23 mil que foram utilizados na aquisição dos produtos entregues às famílias atendidas pelas cheias de diversos corpos hídricos localizados naquele município.
Segundo o superintendente estadual da Defesa Civil, o tenente coronel bombeiro Wesley Abreu, duas regiões da zona rural do município de Paranã foram atendidas. “Recebemos a informação que diversas famílias se encontravam em situação de vulnerabilidade social e econômica devido as cheias dos rios e das chuvas. Imediatamente deslocamos uma equipe ao local. Após isso, realizamos contato com a superintendência do Banco do Brasil e os funcionários de Palmas, sensibilizados com a situação, nos ajudaram nesta atividade”, afirmou.
Recomeços
O casal de agricultores familiares Osmar Francisco Santana e Marleide Pereira Santana, donos de uma área às margens do córrego Riacho Fundo, há pouco mais de um mês acordou de madrugada com a água invadindo sua residência, construída com adobe, espécie de tijolos moldados em barro mas sem nenhuma resistência à água por não passar pelo processo de cozimento no fogo. “Quando percebi a água já estava dentro de casa. Só deu tempo de retirar minha mulher e meu filho e alguns minutos depois a casa inteira veio abaixo”, ressaltou o trabalhador rural. Beneficiário do programa federal Bolsa Família com a ajuda mensal de R$ 180,00 e sem ter como custear a construção de uma nova casa, ele contou com a ajuda de vizinhos da região para erguer um pequeno barracão de lona. “ Nunca tinha acontecido isso. Moramos aqui há oito anos e o rio nunca chegou tão perto de casa. Estávamos sem colchão pra dormir, sem comida e sem filtro de água. Esse apoio da Defesa Civil foi muito importante para a gente neste momento”, afirmou.
Moradora da zona rural distante a 60 quilômetros de Paranã, a agricultora familiar Abadia Soares dos Santos, há onze anos vive próximo do córrego São Domingos e nunca havia presenciado uma cheia como a deste ano. Isolada devido as condições das estradas da região, ela e o marido perderam parte da mobília da casa. “Perdi fogão, cama e colchões”, ressaltou. Como auxílio na readaptação e construção de uma nova casa, a Defesa Civil Estadual disponibilizou para o casal uma tenda de lona com capacidade para abrigar até 16 pessoas. “Já dá para abrigar da chuva caso surja uma nova enchente”, afirmou.
O Sudeste do Tocantins é conhecido por enfrentar falta de água durante o período de estiagem entre os meses de junho a outubro. Por se tratar de um terreno arenoso e com possibilidade de encharcar devido as chuvas constantes, esta é a primeira vez nos últimos anos em que as comunidades rurais de Paranã enfrentam problemas de enchentes de rios e córregos naquela região.
