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Condições climáticas podem frear crescimento expressivo da safra de grãos no Tocantins
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Clemente Barros ressalta que ainda é muito cedo para saber se haverá perdas  | Luciano Ribeiro
Clemente Barros ressalta que ainda é muito cedo para saber se haverá perdas

As adversidades climáticas estão entre as maiores causadoras de queda na produtividade das lavouras, e esse efeito pode ser ainda mais intenso pela ação do El Niño. O fenômeno, considerado um dos mais fortes dos últimos anos, continua atuando nas condições do clima no mundo todo, e no Tocantins provocou um desequilíbrio no calendário das águas, que tem períodos de chuva bem definidos, acontecendo entre os meses de outubro e abril.

Depois de cinco anos batendo recordes no índice de crescimento de mais de 10%, a cada safra, as expectativas para a safra de grãos 2015/2016, é de queda no Tocantins. Tudo vai depender de como o clima será de agora até a colheita. A safra 2015/2016 está sendo marcada pela escassez de chuvas, acarretando assim uma série de eventos que podem ter impacto na produção final.

Em praticamente todas as regiões do Estado houve atraso no plantio, e em algumas propriedades, a necessidade de replantar áreas e diminuição de área de plantio na agricultura empresarial. As lavouras da agricultura familiar não sofrerão expressivas quedas na produção, pois não houve diminuição de área plantada. São diferenciadas da agricultura empresarial por cultivarem pequenas áreas e possuir maior domínio da época do plantio.

Segundo o secretário do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária, Clemente Barros o clima tem sido bastante irregular nas regiões produtores de grãos. Durante o período do plantio (novembro e dezembro) a estiagem foi longa, choveu apenas 1/3 do normal para a região, por isso atrasou o plantio, alguns agricultores que plantaram tiveram que fazer o replantio devido à escassez da chuva.

De acordo com dados das estações climatológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instaladas nos municípios de Palmas, Pedro Afonso, Peixe, Porto Nacional e Taguatinga, no quarto trimestre de 2015, o que corresponde aos meses de outubro, novembro e dezembro, choveu bem abaixo da média normal climatológica. A média dos últimos cinco anos é de 644,9 mm e choveu apenas 211,0 mm. (confira o gráfico desta matéria)

Regiões afetadas

A região de Lagoa da Confusão, no Médio Araguaia, é grande produtora de arroz, e para esta safra foi bastante prejudicada com a escassez de chuva, pois as lavouras utilizam as águas de rios e córregos para a irrigação, devido ao baixo nível houve prejuízos no plantio.  Outra região prejudicada pelas condições climáticas foi a região Sul do Estado. Nos 14 municípios que compõem a macro região de Gurupi, foi afetada pelo efeito cascata: atraso do plantio, replantio, migração para outras culturas, que provavelmente deve prejudicar a safrinha do milho, hoje relevante para a produção de grãos no Tocantins.

Clemente Barros ressalta que de qualquer forma ainda é muito cedo para saber se haverá perdas nesta safra, pois este dado real, só será possível a partir dos próximos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que começarão a ser divulgados a partir do final deste mês. “Mas estamos otimistas, pois desde a semana do Natal até esta semana, está chovendo de forma razoável, por isso acreditamos na recuperação das áreas plantadas. Todavia, já podemos afirmar que a safrinha está comprometida”.

Região Centro-Norte

Segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (Coapa) Ricardo Khouri durante o plantio, nos meses de novembro e dezembro, choveu apenas 1/3 do normal para a região, por isso atrasou o plantio. “Mas da semana do Natal até esta semana, choveu de forma razoável, por isso acredito que a produção para a safra 2015/2016 deve ficar igual à safra passada, podendo tender um pouco para menos”.

Ricardo Khouri explica que além do atraso, alguns produtores tiveram problemas pontuais de germinação, com isso teve um índice maior de replantio. 

Previsões

De acordo com técnicos do Inmet, o El Niño segue em pleno desenvolvimento, a previsão de término do fenômeno é somente em junho, até lá a tendência continua de baixa precipitação. De acordo com o Instituto, a previsão para o trimestre (dezembro, janeiro e fevereiro) é de 50% abaixo do normal climatológico para o extremo Norte do Estado, e de 40% abaixo do normal para o restante do Estado, já a temperatura ficará acima da faixa normal. “Lembrando que são previsões, pois ninguém controla o clima, e os meteorologistas trabalham com modelagens climáticas, portanto são probabilidades”, ressalta a gerente de Agrometeorologia da Seagro, Denise Coelho Gomes.

O El Niño é um fenômeno natural causado pelo aquecimento das águas do Pacífico, quase como que se uma gigantesca piscina de água quente se formasse bem no meio do oceano. Com essa alteração, o clima no mundo todo acaba sendo afetado. Chuvas em excesso, estiagem, seca e aumento de temperaturas são alguns dos efeitos que podem ser sentidos nas regiões. Efeitos esses que podem causar perdas drásticas para a produção agrícola.

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