O Instituto Araguaia, em parceria com o Instituto Natureza do Tocantins – Naturatins, utilizará um drone (veículo aéreo não tripulado) pela primeira vez para auxiliar na contagem da população do boto-cor-de-rosa que vive no Parque Estadual do Cantão (PEC). A ação da contagem populacional da espécie inicia em junho.
A presidente do Instituo Araguaia, Silvana Campello, explica que atualmente o processo é feito de forma rudimentar, os pesquisadores usam binóculos e ficam em barcos esperando o boto subir para respirar para realizar a contagem. “Com o drone o nosso campo visual será maior e com mais eficiência”, ressalta. O Instituto usa o drone há dois anos na reserva, mas somente este ano será usado para tal finalidade.
O censo dos botos será realizado diariamente em três lagos que cortam a região do Cantão: Grande, das Ariranhas e do Estirão. Se o projeto piloto de monitoramento dos botos for exitoso, Silvana adianta que em 2016 a metodologia será aplica para a contagem do pirarucu.
O uso do equipamento, segundo Silvana, é fundamental para monitorar áreas remotas do Parque. “Existem locais que não tem a presença humana e podemos observar o processo migratório dos animas, além de detectar crimes ambientais”, destaca.
O gerente de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Maurício Araújo, pontuou que a utilização do drone é importante para a fiscalização dentro do Parque e no entorno. “Principalmente na época das queimadas, as imagens nos ajudam a detectar com exatidão o foco de incêndio”, aponta.
Prêmio
No mês de abril o Instituto Araguaia ganhou um concurso lançado pela empresa fabricante de drones DJI. Na categoria “Business”, o Instituto postou links com as imagens registradas no Parque do Cantão.
O prêmio concedido é o último lançamento da empresa, o drone Inspire, que reforçará a frota do Instituto.
PEC
O parque protege 325 espécies de aves e 299 de peixes, mais do que qualquer outra unidade de conservação do Brasil. Possui ainda a maior população do recém-descoberto boto do Araguaia; além da maior população de ariranhas restante no mundo. O PEC foi criado há 17 anos e tem uma área de cerca de 90 mil hectares, com três biomas: cerrado, floresta amazônica e pantanal.
Pró-Cantão
O Pró-Cantão foi aprovado por meio da Chamada de Projetos 01/2011, lançado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – FUNBIO, para o Tropical Forest Conservation Act – TFCA e é executado por meio de uma cooperação técnica entre o Naturatins, órgão gestor do PEC, a Associação Onça D’água (OD) e o Instituto Araguaia (IA).
