Cultura
Festa da Rapadura valoriza tradições culturais de comunidades quilombolas do Jalapão
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“Não é só uma festa. Esse evento é muito importante para a nossa comunidade”, assim foi definida a 1ª Festa da Rapadura da comunidade quilombola do Prata, segundo a vice-presidente da Associação Comunitária dos Extrativistas, Artesãos e Pequenos Produtores do Povoado do Prata, Darlene de Sousa. O evento aconteceu nos dias 18 e 19 de julho na comunidade quilombola do Prata, onde vivem cerca de 65 famílias, próximo a São Félix do Tocantins, município localizado a 227 km de Palmas. O objetivo é valorizar a cultura tradicional da região do Jalapão como repentistas, contadores de histórias e as atividades agrícolas ligadas principalmente a cana de açúcar e mandioca. Durante a programação, a Secretaria da Agricultura e Pecuária (Seagro) ministrou sete palestras para cerca de 50 agricultores familiares da região.

O engenheiro agrônomo da Seagro, Telmo Gosch, abordou sobre a necessidade de implantação do Selo de Inspeção Municipal (SIM), que segundo ele, é uma fiscalização combinada a orientação para garantir a qualidade do produto. “O SIM pode alavancar a economia da comunidade. Os produtores poderão vender rapadura até para outros estados. Mas para isso, precisam estar preparados para a industrialização com segurança alimentar”, afirmou.

Os engenheiros agrônomos da Seagro, Luan Bacin e Robson da Silva, ministraram palestras sobre atividades agrícolas praticadas pela comunidade. O objetivo foi de aprimorar o plantio e manejo para uma melhor produtividade de mandioca, milho, feijão caupi, o processamento da cana de açúcar, e especialmente o combate às pragas que estão prejudicando os laranjais.

Dona Maria Francisca de Sousa, agricultora da comunidade, estava ansiosa por informações a respeito das pragas e das melhores soluções para combatê-las. “Queria saber quais as causas. Porque antes não existiam essas pragas. Achei as alternativas muito boas porque não é nada tóxico, e temos as plantas em casa para fazer chá e pulverizar”, comemorou Dona Maria. Entre as principais alternativas, foram sugeridas: chá de arruda, extrato de confrei, extrato de urtiga e extrato de neem.

O engenheiro agrônomo Francisco Mesquita, que atua na Diretoria de Fomento à Agricultura Familiar da Seagro, esclareceu informações sobre linhas de crédito para comunidades quilombolas. Segundo Mesquita, as linhas de crédito possibilitam a obtenção de recursos para investir em infraestrutura, e assim desenvolver ainda mais a produção e geração de renda. Algumas das linhas abordadas foram: Programa Nacional de Fortalecimento à Agricultura Familiar, Compra Direta, Programa Nacional de Crédito Fundiário e Programa Nacional de Habitação Rural.

Através de sua palestra, a assistente social da Seagro, Janaína Rodrigues, trouxe conscientização política com a história da comunidade negra no país, desde a escravidão aos dias atuais. “Existem diversas políticas de ações afirmativas que buscam reparar os danos causados aos negros no Brasil. Por isso, é necessário que a comunidade conheça seus direitos”, explicou. Além disso, o desenvolvimento sustentável da comunidade também foi abordado, combinando os conceitos econômicos, sociais e ecológicos.

O zootecnista da Seagro, Alan Oliveira, disseminou informações a respeito de frangos e galinha caipira como atividade produtiva. Apontou a necessidade de proporcionar conforto e proteção aos animais, dedicação ao manejo e organização para produção e comercialização. Oliveira também trouxe informações sobre ovinocultura, que embora não seja encontrada na comunidade, teria muito potencial e viabilidade econômica, segundo ele.

Paralelamente às palestras, aconteceu a oficina gastronômica sobre o aproveitamento da mandioca, com Renato Pinheiro e Milena Sobrinho. Durante a noite, o evento continuou com a programação cultural. Houve apresentação de cordel e música com as rodas, a folia do divino, a dupla Jalapão e Tocantins, e Dorivã Borges.

Histórico

Em todo o Tocantins, são quase 2 mil famílias que vivem em 31 comunidades quilombolas já reconhecidas pela Fundação Palmares. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), as comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas e com ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida, conforme Decreto nº 4887/03. Essas comunidades possuem direito de propriedade de suas terras consagrado desde a Constituição Federal de 1988. (Ascom Seagro)

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