Palmas
Em semana de aniversário, Palmas completa 22 anos, cresce e enfrenta problemas de cidade grande
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Crescimento desordenado, aumento da população, constantes mudanças nos indicadores de saúde, educação e criminalidade. Palmas chega,no próximo dia 20, aos 22 anos enfrentando todos os problemas que uma capital de Estado, que almeja chegar ao status de grande centro, enfrenta.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a capital do Tocantins, nos últimos 10 anos, deu um salto populacional de mais de 50% entre os anos de 2000 e 2010. Segundo o IBGE, no último ano do século XX, Palmas tinha uma população de 137.355 e, depois do censo do ano passado, este número subiu para 223.817, ou seja, um pulo de quase 85 mil pessoas.

Muito deste crescimento veio junto com a estabilidade financeira e o desenvolvimento comercial da cidade que, aos poucos, vem perdendo sua característica econômica voltada para a administração pública. De dois anos para cá, por exemplo, chegaram à capital grandes redes de supermercado, lojas de departamentos e Shopping Center, gerando empregos e trazendo mais habitantes.

Neste sentido, com o comércio, construção civil e prestadoras de serviço em amplo processo de contratações, a capital mais nova da federação teve um acréscimo de 14,75% no índice de trabalhadores com carteira assinada. Entre fevereiro de 2010 e de 2011, Palmas contratou mais de 2.300 trabalhadores. O desenvolvimento do Tocantins contribui para estes dados. De um ano para cá, o Estado também apresentou em âmbito geral, uma crescente nas assinaturas de carteiras de trabalho. Ao todo, só no mês de fevereiro, o Tocantins teve saldo positivo em mais de mil trabalhadores, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O setor que mais empregou no Estado foi o comércio, com 29% das contratações, seguido pela prestação de serviço, com 15% e a construção civil, com o mesmo percentual.

Crescimento desordenado

O grande crescimento da população da cidade, no entanto, tem gerado alguns transtornos no que diz respeito à ocupação espacial de Palmas. Exemplo disso são os loteamentos localizados às margens da rodovia TO-050.

Nesta semana os vereadores da capital propuseram a revisão do Plano Diretor da cidade para que estes 44 loteamentos sejam incluídos no Plano e o programa de microcrédito para eles seja regularizado.

Educação

A menina dos olhos do prefeito Raul Filho (PT) sempre foi a educação, principalmente voltada para as crianças de Palmas. Desde seu primeiro mandato, em 2005, os índices educacionais da capital trazem números animadores. Ao todo são cerca de 30 mil estudantes espalhados nos 12 centros municipais de educação e nas 3 Escolas de Tempo Integral.

Do total de alunos, são cerca de 7,5 mil matriculados no ensino infantil, 22 mil no ensino fundamental e 1,5 mil no ensino do campo. Segundo dados da prefeitura de Palmas, 50% dos alunos da rede municipal estão matriculados nas ETI’s.

De acordo com a deputada Solange Duailibe (PT), que fez pronunciamento na Assembleia Legislativa sobre a educação em Palmas, no último ano a capital do Tocantins conseguiu superar as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) do governo federal.

Segurança Pública

Com o crescimento no número de habitantes e na economia do município, seria natural que Palmas, como qualquer cidade em franco crescimento, enfrentasse problemas com aumento de criminalidade e falta de segurança. Mas os dados da Polícia Militar apontam em outra direção.

De acordo com a PM, o número de ocorrências diminuiu nos três primeiros meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2010. No ano passado, a polícia registrou 3.668 ocorrências no 1º BPM, no centro e 2.493, no 6º BPM, em Taquaralto. Já em 2011, este número baixou para 2.870 e 1.872, respectivamente.

Em compensação, os números se tornam preocupantes quando o assunto é tráfico e consumo de entorpecentes. Só no ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública, foram apreendidos mais de 58 quilos de drogas no Tocantins. Destes, cerca de 30 quilos, só em Palmas.

Saldo positivo na saúde

Palmas, no mês passado, entrou para as estatísticas nacionais por ser a capital brasileira com o menor índice de pessoas hipertensas (13,8%) e acima do peso (37%). De acordo com dados da prefeitura, muito destes índices são por conta do Programa Saúde da Família (PSF) que cobre cerca de 86% da população da capital.

Contudo, assim como em boa parte do Brasil, a estrutura da saúde pública da cidade ainda deixa a desejar. Denúncias tem dado conta da falta de condições no atendimento a pacientes nos postos de saúde e hospitais na cidade.

Infraestrutura e transportes

Palmas foi uma cidade projetada e teoricamente planejada para crescer e se desenvolver de forma ordenada. No entanto, algumas falhas na estrutura básica da cidade prejudicam este desenvolvimento.

Todos os anos, no período chuvoso, a capital passa pelos mesmos problemas que são basicamente: alagamentos e buracos nas vias. Em 2011, porém o problema foi maior, levando o prefeito da capital do Tocantins à mídia nacional pelas tentativas de justificar a falta de manutenção das vias públicas.

É certo que o número de carros aumentou consideravelmente nos últimos anos, o que contribui para a degradação do asfalto da cidade. Entre 2009 e 2010, por exemplo, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran-TO), a frota de Palmas passou de 91.629 veículos para quase 107 mil, em 2010. Houve aumento também de quase 25% nas vendas de carros zero quilômetro. Com mais carros nas ruas, maior o peso sobre o asfalto e, por conseqüência, maior a incidência de buracos.

O período chuvoso transparece a carência de Palmas quando o assunto é a drenagem das águas. Com poucos bueiros e centros de escoamento das águas pluviais, a cada chuva o palmense vê suas ruas e avenidas alagadas e trazendo mais perigo para o trânsito da capital.

Palmas chega aos 22 anos apresentando franco crescimento populacional e desenvolvimento econômico. Já traz na bagagem os problemas causados por esta evolução a que a cidade se pretende, mas ainda está em tempo de se correr para corrigi-los. Basta vontade política e organização de todos os setores para que isso aconteça.

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