Opinião
Um rendez-vous ideológico e partidário

A ministra Dilma Roussef, candidata do PT à presidência da República, é uma felizarda. Ela terá no Tocantins quatro candidatos ao Senado a pedir-lhe votos: Marcelo Miranda, Paulo Mourão, Vicentinho Alves e João Ribeiro. É ou não é uma barbada. A sua campanha vai gastar recursos com Paulo e Marcelo e terá de graça (como troco sem ter colocado a mão no bolso) dois candidatos ao Senado da chapa adversária (PSDB de José Serra e Siqueira). Sem gastar um níquel sequer.

Serra, coitado, ficou sem nada, mesmo tendo um candidato do PSDB disputando o governo, não terá um só senadorzinho sequer no Tocantins a pedir votos para sua campanha. Mesmo sua chapa (PSDB) colocando a mão no bolso e abrindo as vagas na majoritária para os aliados amigos.

Veja a situação desta terça-feira, 27. O candidato tucano à presidência, José Serra, faz caminhadas na Capital com o candidato do PSDB ao governo, Siqueira Campos a partir das 15 horas. Ali na Avenida JK. Dá-se que, a Siqueira interessa a eleição de Serra, não é mesmo?

Siqueira vai às ruas pedir votos para Serra, para si e para dois candidatos ao Senado, atrelados, naquela invenção de marketing do vote nos três. Daí, mais uma conclusão: A eleição de Serra e de Siqueira interessam também aos dois candidatos ao Senado, João Ribeiro e Vicentinho Alves.

Assim, o eleitor que votar em José Serra, pela lei das probabilidades e da estatística (e até componentes ideológicos), estará votando em Siqueira. E ajudando a eleger Vicentinho e João Ribeiro que estão na mesma chapa tucana. Correto?

E o que acontece: os dois, João Ribeiro e Vicentinho, ambos do PR, informam a seus eleitores e assemelhados que não vão à caminhada porque são da base de Lula. Vão pedir votos é para Dilma e não para Serra. Só irão em caminhadas com Dilma.

Raciocinemos: se vão pedir votos para Dilma certamente tirarão votos de Serra (quem volta em Dilma não vota em Serra, a não ser que anule o seu voto) e, conseqüentemente, tirará votos de Siqueira. E que no desdobramento, terão retirado votos deles mesmos (olha a legenda aí). É o não é.

Isto porque o voto de senador não é aquele voto de vereador, pessoal, conquistado na porta da casa. O eleitor vota na chapa completa, como indicam as estatísticas.

Neste caso, os políticos querem que a gente entenda o seguinte: Um provável governo José Serra, do PSDB, será pior para o Tocantins, num hipotético governo Siqueira Campos, do mesmo partido de Serra, que um provável governo de Dilma, do PT. Oposição ao PSDB, de Siqueira e Serra.

Ou mesmo que, eleitos, Dilma ou Siqueira Campos, dá no mesmo. Ou que eleitos Serra e Siqueira ou Dilma e Siqueira, ambos (os senadores) estarão do mesmo lado. É ou não é uma lição de oportunismo ideológico e partidário?

Ou ainda: que tanto Serra como Dilma, dá na mesma votar em qualquer um deles. O importante é votar em cada senador, neles mesmos. Certo ou não?

Por aqui já tivemos experiência do gênero. No ano de 2008, a deputada Nilmar Ruiz, no lançamento de sua candidatura pelo Democratas, subiu ao palanque dizendo-se “companheira” de Lula. Ninguém entendeu nada e ela foi derrotada de forma humilhante. Afinal, deus, Raimundo e todo mundo sabe que Lula e Democratas é tal água e óleo. Suas duas substâncias distintas: uma polar e outra apolar. E candidato, por candidato, Lula ficou com o seu.

Como Serra e Dilma. Serra tem Siqueira, Dilma, Gaguim.

 

* Luiz Armando é Jornalista  e articulista do www.luizarmandocosta.com.br

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