Tecnologia
Emergentes querem mais serviços na Web; cybercafés e telecentros comunitários, estão condenados a sumir em pouco tempo

Cidadãos de países emergentes já usam a internet com freqüência, mas estão sedentos por novos serviços que facilitem sua vida na rede mundial e estariam, inclusive, dispostos a pagar por eles, especialmente se eles forem ligados à saúde, trabalho e educação, afirma uma pesquisa patrocinada pela fabricante de equipamentos de rede Cisco Systems.

O acesso à Web pelo celular, entretanto, não tem atendido às necessidades de conectividade dessa população, enquanto os meios de acesso em locais públicos, como cybercafés e telecentros comunitários, estão condenados a sumir em pouco tempo, na medida em que desempenham um papel intermediário até que grande parte da população consiga comprar seu próprio PC, de acordo com o levantamento.

As conclusões fazem parte do estudo "Cities: Net Opportunity", realizado a pedido da Cisco pelo Instituto Illuminas, a partir de entrevistas em 24 cidades de seis países emergentes--Argentina, Brasil, México, Polônia, Rússia e África do Sul. No Brasil, quatro cidades foram pesquisadas (São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e Manaus).

Segundo Enrique Rueda-Sabater, diretor de estratégia da Cisco para mercados emergentes, o objetivo da empresa ao encomendar o estudo é "entender um pouco qual é o momento de adoção de tecnologia e uso de internet nessas cidades, entender que tipo de uso e serviços existem e ter uma idéia sobre a expectativa da população para o futuro".

Em entrevista à Reuters, ele explica que "não se tratava de gerar estatísticas, mas de entender como está a dinâmica de uso da internet e de serviços online".

Segundo ele, "a grande surpresa da pesquisa foi a similaridade entre os três grupos de usuários sobre o futuro". O estudo ouviu usuários que acessam a internet com bastante frequência, os que usam a Web esporadicamente e os que ainda não têm acesso.

Todos eles esperam usar a internet em proporções muito significativas no futuro. "O nível de familiaridade com internet é muito alto e as expectativas são altíssimas", disse Rueda-Sabater.

Por exemplo, 18% das pessoas ouvidas já usam atualmente serviços online para procurar emprego, mas 51% gostariam de usá-los no futuro.

"Há um clamor dos cidadãos e das empresas para que os governos tenham um envolvimento mais ativo para promover o acesso à internet e a expansão da sua infra-estrutura", diz o estudo, ao qual a Reuters teve acesso.

A maioria esmagadora de empresas (80%) e pessoas (77%) acha que o governo deve tornar o acesso à internet mais fácil. Eles também sugerem que os governos priorizem o investimento em infra-estrutura.

De acordo com o executivo, "é quase uma unanimidade (entre os ouvidos) esperar mais serviços online do governo", mas o que surpreendeu também é que as pessoas estão dispostas a pagar.

"Os usuários não estão dispostos a pagar por informação que já encontram hoje, mas sim por serviços que hoje não têm. Por classificados com ofertas de emprego, por exemplo, elas pagariam", citou.

Cybercafés e telecentros devem desaparecer

Na opinião do executivo da Cisco, locais públicos de acesso à internet devem ceder lugar, em breve, às conexões dentro da casa do usuário. O estudo detectou que, na medida em que a pessoa possa comprar seu próprio computador, passa a preferir essa opção em detrimento dos locais compartilhados.

"Locais como esse estão cumprindo um papel importantíssimo de familiarização, mas são um passo intermediário", disse ele. A rapidez com que locais como esse deixam de ser necessários vai mudar de um país a outro, mas em todos os emergentes eles tendem a desaparecer. "Vai ser como as videolocadoras", citou.

Outro ponto comum percebido entre os emergentes na pesquisa é a similaridade nos obstáculos citados para o uso da internet. "Em todas as cidades as dificuldades são as mesmas--habilidade, acesso e custo--e a habilidade é o obstáculo maior", disse Sabater.

As pessoas, em especial as que têm mais de 40 anos, ainda sentem dificuldades em usar a rede mundial, mas isso não impede que elas queiram o acesso cada vez maior à Web, especialmente para serviços que facilitem sua vida, como agendamento de consultas médicas ou solicitar documentos.

"A pesquisa mostra importantes oportunidades de negócios, já que a população tem uma demanda forte por serviços online", reiterou o executivo.

 

Fonte: Reuters

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