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Ensino universitário; aposta que já é referência na "Cidade do Boi"

Quando a Constituição Federal de 1988 criou o Estado de Tocantins, os municípios então situados na porção norte do Estado de Goiás comemoraram a nova divisão territorial. A maioria dos habitantes das 79 cidades goianas acreditava que passaria a fazer parte de um novo Eldorado, o que significaria mais atenção do governo estadual e oportunidades.

Em Gurupi, porém, não foi bem isso o que ocorreu. O município, de base pecuária, viu sua população cair de 65 mil para 62 mil habitantes e viveu o maior esvaziamento econômico de seus 49 anos.

Atraídos pela construção da nova capital, Palmas, e pelo boom agrícola na região oeste da Bahia, a 500 quilômetros dali, os quase três mil migrantes gurupienses deixaram como saldo na década de 90 uma agropecuária estagnada e o declínio em outros setores econômicos.

A situação começou a mudar depois da aposta no ensino universitário como uma alternativa de desenvolvimento. A prefeitura local ampliou a oferta de cursos superiores na fundação municipal Universidade Regional de Gurupi (Unirg) para atrair estudantes de outras regiões e de outros Estados. Em 2003, o governo de Tocantins concluiu o processo de federalização da universidade estadual.

"Descobrimos que a única forma de driblar aquela paralisia era investir pesado em educação", diz o chefe de gabinete da prefeitura, Divino Allan Siqueira. E parece ter dado certo porque a cidade virou centro de referência. Com 15 cursos, a Unirg reúne quase seis mil alunos. Tem 11 doutores e 45 mestres e um novo campus de R$ 11 milhões está em construção com financiamento do BNDES.

Mesmo com mensalidades caras, de até R$ 1,8 mil no caso de Medicina, a faculdade tem 60% dos estudantes de fora de Gurupi - 95% dos futuros médicos são forasteiros. A profusão de consultórios e clínicas privadas na cidade contrasta, porém, com um único hospital público.

O campus da Universidade Federal de Tocantins (UFT) em Gurupi, que tem hoje dois cursos (agronomia e engenharia florestal), prepara-se para receber, em 2009, mais duas carreiras: engenharia em biotecnologia e bioprocessos, além de química ambiental. Mais do que isso, a UFT planeja criar um centro de tecnologia e produtos da biodiversidade.

"Queremos gerar produtos e patentes de processos para atrair indústrias para a região", revela o diretor do campus, o venezuelano Eduardo Lemus Erasmo. Os alvos são empresas do agronegócio e indústrias farmacêuticas. E os produtos podem ser enzimas aceleradoras de processos metabólicos ou substâncias para controlar pragas e doenças.

As primeiras experiências já estão em andamento em toda a região. Há projetos de seleção genética de variedades de pinhão-manso e macaúba para produção de biodiesel com a empresa Biotins, localizada em Paraíso do Tocantins. "O Estado tem modelo único de transição de quatro ecossistemas: Cerrado, Pantanal, Amazônia e Caatinga. É o melhor lugar para pesquisar", diz Lemus. As investigações incluem cultivares mais resistentes à seca e adaptadas a solos pobres da região.

Para além da graduação, o novo centro da UFT propõe a consolidação do Centro Tecnológico em Agricultura Tropical (CTAT), financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para gerenciar projetos de pesquisa multidisciplinares, e a criação de um mestrado em produção vegetal.

Jornal Valor Econômico

Ensino universitário, aposta que já é referência na "Cidade do Boi"

Gurupi, pólo econômico no sul do Estado do Tocantins, produtor de gado nelore, investe também em educação

Quando a Constituição Federal de 1988 criou o Estado de Tocantins, os municípios então situados na porção norte do Estado de Goiás comemoraram a nova divisão territorial. A maioria dos habitantes das 79 cidades goianas acreditava que passaria a fazer parte de um novo Eldorado, o que significaria mais atenção do governo estadual e oportunidades.

Em Gurupi, porém, não foi bem isso o que ocorreu. O município, de base pecuária, viu sua população cair de 65 mil para 62 mil habitantes e viveu o maior esvaziamento econômico de seus 49 anos.

Atraídos pela construção da nova capital, Palmas, e pelo boom agrícola na região oeste da Bahia, a 500 quilômetros dali, os quase três mil migrantes gurupienses deixaram como saldo na década de 90 uma agropecuária estagnada e o declínio em outros setores econômicos.

A situação começou a mudar depois da aposta no ensino universitário como uma alternativa de desenvolvimento. A prefeitura local ampliou a oferta de cursos superiores na fundação municipal Universidade Regional de Gurupi (Unirg) para atrair estudantes de outras regiões e de outros Estados. Em 2003, o governo de Tocantins concluiu o processo de federalização da universidade estadual.

"Descobrimos que a única forma de driblar aquela paralisia era investir pesado em educação", diz o chefe de gabinete da prefeitura, Divino Allan Siqueira. E parece ter dado certo porque a cidade virou centro de referência. Com 15 cursos, a Unirg reúne quase seis mil alunos. Tem 11 doutores e 45 mestres e um novo campus de R$ 11 milhões está em construção com financiamento do BNDES.

Mesmo com mensalidades caras, de até R$ 1,8 mil no caso de Medicina, a faculdade tem 60% dos estudantes de fora de Gurupi - 95% dos futuros médicos são forasteiros. A profusão de consultórios e clínicas privadas na cidade contrasta, porém, com um único hospital público.

O campus da Universidade Federal de Tocantins (UFT) em Gurupi, que tem hoje dois cursos (agronomia e engenharia florestal), prepara-se para receber, em 2009, mais duas carreiras: engenharia em biotecnologia e bioprocessos, além de química ambiental. Mais do que isso, a UFT planeja criar um centro de tecnologia e produtos da biodiversidade.

"Queremos gerar produtos e patentes de processos para atrair indústrias para a região", revela o diretor do campus, o venezuelano Eduardo Lemus Erasmo. Os alvos são empresas do agronegócio e indústrias farmacêuticas. E os produtos podem ser enzimas aceleradoras de processos metabólicos ou substâncias para controlar pragas e doenças.

As primeiras experiências já estão em andamento em toda a região. Há projetos de seleção genética de variedades de pinhão-manso e macaúba para produção de biodiesel com a empresa Biotins, localizada em Paraíso do Tocantins. "O Estado tem modelo único de transição de quatro ecossistemas: Cerrado, Pantanal, Amazônia e Caatinga. É o melhor lugar para pesquisar", diz Lemus. As investigações incluem cultivares mais resistentes à seca e adaptadas a solos pobres da região.

Para além da graduação, o novo centro da UFT propõe a consolidação do Centro Tecnológico em Agricultura Tropical (CTAT), financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia para gerenciar projetos de pesquisa multidisciplinares, e a criação de um mestrado em produção vegetal.

Jornal Valor Econômico

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