No dia 28 de maio foi realizado o Seminário “Dados do Mapeamento Inicial de famílias ciganas, rotas, redes, e acesso às políticas públicas” com a apresentação dos resultados parciais do mapeamento realizado para identificar famílias ciganas em todo o território nacional. As docentes do Centro de Educação, Humanidade e Saúde (CEHS) da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), Maysa Oliveira e Chirley Mendes do curso de Licenciatura em Ciências Sociais, Câmpus de Tocantinópolis (TO) coordenam a região norte, e estiveram presentes no evento, apresentando os dados da pesquisa.
As professoras ressaltam a importância desse mapeamento, por ser o primeiro realizado com a população cigana no país, e segundo, porque os dados coletados durante a pesquisa vão ajudar a subsidiar o próximo censo do IBGE, que incluirá as populações ciganas. Além disso, a pesquisa tem como objetivo construir uma base de dados para a elaboração de políticas públicas voltadas para a população cigana, além de instrumentalizar o poder público e os órgãos governamentais, dada as condições de vulnerabilidade, invisibilidade e situações cotidianas de preconceitos e estigma.
O Seminário contou com a presença do Secretário Ronaldo Santos, Secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos (SQPT) do Ministério da Igualdade Racial, a Diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos, Paula Balduino; A Coordenadora-Geral de Políticas para Ciganos, Edilma Nascimento, o Coordenador Geral do Mapeamento, Phillipe Cupertino, além dos coordenadores das regiões e lideranças ciganas.
O mapeamento dos povos ciganos é a primeira iniciativa nesse caráter e é fruto de uma celebração de um Termo de Execução Descentralizada-TED entre Ministério da Igualdade Racial-MIR e a Universidade Federal de Jataí, como Universidade Gestora Responsável. Esse acordo foi assinado no ano de 2023. As demais Universidades: UFMA, UFNT, UFSC e UFF compõem o TED como Universidades responsáveis por conduzir o mapeamento em sua região.
A pesquisa na região norte contou com visitas nos estados do Tocantins, Pará e Amazonas, além de busca de dados em órgãos públicos. Só no estado do Tocantins, foi encontrada a presença de famílias ciganas em 28 municípios, um número bastante expressivo para a realidade do estado. Também foi encontrada, durante a pesquisa, a única associação cigana da região norte, com sede em Palmas-TO. “Essas informações são extremamente importantes, principalmente para o nosso estado, pois, a partir desses dados, podemos provocar os gestores públicos a pensarem políticas voltadas para a população cigana na região norte, e no próprio estado do Tocantins”, afirma a professora Maysa Oliveira.
“A UFNT tem um papel muito importante como parceira e representante da região norte no mapeamento da população cigana no país, mostra que a Universidade tem diálogo com o Ministério da Igualdade Racial, como também tem protagonizado parcerias importantes com outras universidades e Centros de Pesquisa. Ficamos felizes em poder representar a região e a UFNT neste trabalho”, concluiu.
