O Brasil e a China assinaram nessa quarta-feira (8) um Memorando de Entendimento (MoU) para fortalecer a cooperação técnica na gestão de riscos e emergências. O acordo, firmado em Brasília, marca mais um avanço na relação bilateral estratégica entre os dois países, inclusive no contexto da próxima missão presidencial brasileira à China, nos dias 12 e 13 de maio.
O objetivo do memorando é estabelecer ações conjuntas voltadas à prevenção e redução de perdas causadas por desastres, ao fortalecimento das capacidades de resposta e à construção de infraestrutura resiliente. A cooperação prevê ainda a elaboração de um plano de ação que garantirá a implementação de medidas concretas.
Para o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a parceria é reflexo do momento privilegiado das relações entre os dois países. “A relação entre o Brasil e a China está em seu melhor momento da história. Já combinei com o Ministro de Gestão de Emergências da China, Wang Xiangxi, que daqui a até dois meses farei uma visita à China, com uma equipe, para ver na prática a atuação do ministério deles na redução de risco de desastres e também para dar continuidade às tratativas da cooperação em desenvolvimento regional”, destacou.
A assinatura do documento ocorreu durante reunião bilateral com o ministro chinês Wang Xiangxi, que está no Brasil participando das atividades do BRICS. Em sua declaração, Xiangxi reforçou o comprometimento da China com a mitigação de riscos. “Trabalhamos de forma muito comprometida com todo o ciclo de redução de riscos e desastres. Isso é uma prioridade muito grande para nós, porque o governo chinês leva muito a sério o sentimento de segurança e felicidade do povo chinês", observou.
A relação entre Brasil e China, que já conta com 50 anos de laços diplomáticos, vem se consolidando como um dos principais exemplos de colaboração entre países em desenvolvimento. A retomada do protagonismo internacional do Brasil, impulsionada pela política externa ativa do presidente Lula, tem aprofundado parcerias com grandes nações, como a China — principal parceiro comercial brasileiro e um dos líderes globais em prevenção de desastres naturais.
Declaração conjunta
A declaração conjunta assinada em 2024 por Lula e o presidente chinês Xi Jinping destacou a construção de uma “Comunidade de Futuro Compartilhado” e a sinergia entre ações dos dois países.
No campo da proteção civil, o Brasil busca aprimorar sua capacidade técnica com base na experiência chinesa, que conseguiu reduzir drasticamente os custos dos desastres por meio da prevenção. Segundo estudos internacionais, o investimento em prevenção pode ser até cinco vezes mais barato do que os gastos com resposta e reconstrução.
Estrutura e experiência chinesa
O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff, destacou o porte da estrutura de defesa civil chinesa. “Ficamos muito impressionados com a estrutura da defesa civil da China e, com certeza, temos muito com o que nos inspirar. O governo que investe em prevenção reduz o custo dos desastres na vida e na economia dos países", pontuou. “Toda a experiência que os chineses têm de prevenção com tecnologia é um tema estratégico que pode ser adensado no plano de trabalho”, completou o secretário.
A cooperação firmada envolve o intercâmbio técnico e institucional. O Brasil se destaca, inclusive, por sua liderança nas negociações do G20, que resultaram na primeira declaração ministerial sobre redução de riscos de desastres, abrindo espaço para parcerias como esta.
Com essa iniciativa, o governo brasileiro reafirma seu compromisso com a segurança da população e o fortalecimento da resiliência diante dos impactos das mudanças climáticas, além de consolidar seu papel como protagonista nas articulações globais em temas estratégicos para o desenvolvimento sustentável. (MIDR/FSB-AI)
