Opinião
Ainda precisamos promover a diversidade de gênero na Ciência, Tecnologia e Inovação?
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Iniciamos uma grande batalha quando falamos sobre promover a diversidade de gênero dentro da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) e, para isso, precisamos ter em mente que é fundamental criar ambientes mais inclusivos, equitativos e inovadores.

As mulheres estão significativamente sub-representadas na CT&I em todo o mundo, principalmente quando se trata de posições de liderança. Um levantamento feito pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, mostra que na maioria das vezes, conforme as etapas profissionais se avançam e a carreira progride, há uma queda na participação de mulheres.

Por outro lado, um ambiente organizacional com mais diversidade traz mais oportunidades. De acordo com a consultoria estratégica McKinsey & Company, organizações com mais mulheres na liderança têm 25% mais chances de lucrar acima da média.

Ou seja, ainda precisamos, sim, promover a diversidade de gênero na Ciência, Tecnologia e Inovação.

De acordo com um estudo realizado recentemente pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), houve um aumento de 10% na diversidade de gênero nas instituições, levando ao mercado de trabalho uma elevação de quase 5% do número. De olho nesse cenário, acredito que existam estratégias que possam ser adotadas para alavancar esses números.

É importante provocar uma conscientização e sensibilização da comunidade, tanto civil quanto acadêmica, sobre a diversidade de gênero e os benefícios que ela traz. A meu ver, estabelecer políticas e metas específicas também são essenciais para aumentar a representação de mulheres em todas as áreas da CT&I, incluindo a implementação de programas de incentivo para recrutar e reter as mulheres em cursos e posições de liderança.

É necessário criar um ecossistema seguro e respeitoso, promover mentorias e suportes para estudantes e profissionais de gênero sub-representados, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento de carreira e na construção de redes de networking para estes. Implantar uma liderança inclusiva, promovendo mulheres para posições de liderança acadêmica ou administrativa, pode inspirar e abrir caminhos para outras mulheres almejam posições de destaque.

Incentivar pesquisas que abordam questões de gênero também pode trazer empoderamento para pesquisadores entenderem melhor a disparidade em suas áreas de atuação. As empresas também podem colaborar com organizações da sociedade civil e engajar a comunidade, ampliando assim o impacto das ações de promoção à diversidade de gênero.

Acredito que se algumas recomendações forem seguidas, nós mulheres teremos mais espaço no CT&I, tais como: priorizar a integração de gênero e demonstrar intencionalidade; fortalecer o compromisso da liderança com a igualdade de gênero; afirmar a centralidade do tema para a definição de qualidade e excelência; abordar a sub-representação das mulheres na liderança desde o ensino superior; e adorar uma abordagem integrada de longo prazo. Estas ações podem incentivar a excelência e visibilidade das contribuições de uma forma nunca antes vista.

Nossa luta é para que mais mulheres tenham espaço e reconhecimento, e para isso é necessário enfrentar barreiras estruturais e os preconceitos que impedem o progresso das mulheres, como a desigualdade salarial e a subvalorização do trabalho feminino. Para alcançarmos esse objetivo é imprescindível que as instituições e pessoas se atentem ao tema, agindo intencionalmente para abordar o problema e resolvê-lo, mesmo que a longo prazo.

Para mim, adotar estratégias para promover equidade de gênero pode garantir que as mulheres tenham uma representação igualitária aos homens no CT&I, e é fundamental para o desenvolvimento da sociedade como um todo.

*Ana Calçado é CEO e presidente da Wylinka, organização sem fins lucrativos que transforma o conhecimento científico em soluções e negócios que melhoram o dia a dia das pessoas e fomentam o desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil. Pós graduada em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral, com estudos de pós graduação em Inovação pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT – professional education), mestre em Ciências de Alimentos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e graduada em Bioquímica pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Ana também é doutoranda pela USP em Administração e pesquisadora em Inovação e Gestão Tecnológica.

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