Estado
Taxa de homicídios entre jovens negros no Tocantins ultrapassa índice nacional; movimento aponta genocídio
Ministra da Igualdade Racial participa de campanha contra genocídio da juventude
Ministra da Igualdade Racial participa de campanha contra genocídio da juventude

Segundo dados do Mapa da Violência – A cor da Violência, os homicídios de negros ocorrem com mais frequência que de jovens brancos no Brasil e também no Tocantins. As taxas de homicídio dos negros e pardos, é de 50%,  enquanto a de jovens brancos é de 29,6% a cada 100 mil habitantes no Estado.

Outro dado alarmante é com relação ao índice de vitimização no Estado que chega a 168%, superior ao índice nacional, que é de 153,9%. Tocantins está dentre os Estados, assim como Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba e Goiás, onde os índices de vítimas negras mais que triplicam. O Amazonas, Pará e Tocantins tiveram o dobro de assassinatos registrados em dez anos. O estudo aponta que fatores locais ou regionais vão determinar situações muito diferenciadas tanto nas taxas de homicídio dos jovens pela sua cor, quando nos índices de vitimização dos jovens negros.

O historiador e estudioso da área há mais de 15 anos, André Luiz Gomes avaliou que “para compreender esse índice de violência é necessário uma análise histórica da formação do Estado”, avaliou. Dentre os municípios com maiores índices estão Palmas, Araguaína e Gurupi.  “Isso é caracterizado por uma questão social e econômica, se olharmos a quantidade de jovens que foram mortos mostram que ainda faltam melhores condições de vida, de trabalho e de profissionalização. A população marginalizada em sua maioria lamentavelmente é negra por isso o índice é alto”, afirmou.

Ele avalia que faltam políticas preventivas que devem envolver as três esferas de poder - federal, estadual e também os municípios. “A educação é o único caminho para que o jovem saia dessa realidade, com uma estrutura de conhecimento profissional teórica a possibilidade de não entrar nessas estatísticas é maior. O trabalho na Educação é importante e as políticas tem que envolver as três esferas, sem essa participação dificilmente as estatísticas vão melhorar”, frisou.

O integrante do Coletivo Nacional de Juventude Negra (Enegrecer), Cristian Ribas participa em Brasília de mobilizações nacionais contra a morte de jovens negros também comentou o assunto em entrevista ao Conexão Tocantins. “Enquanto o Estado brasileiro estiver exterminando seu povo, seu povo negro não terá nada o que comemorar”, afirmou.

“Para o movimento negro brasileiro a pauta mais importante, a mais central  é o enfrentamento da juventude negra. O entendimento é que apesar dos marcos regulatórios como a aprovação da cotas nas universidades e o conjunto de ações afirmativas que tivemos, ainda continuamos enfrentando a questão do genocídio programado de uma parcela da juventude que é negra. Esse cenário de violência faz com que não tenhamos o que comemorar no dia 20 de novembro”, frisou. Ele citou o caso do Jovem Davi, 16 anos, que desapareceu após uma abordagem policial.

Ribas frisou que ainda são muitos os desafios. “Apesar de todos os avanços ainda estamos lutando pela garantia dos direitos mais fundamentais como o direito á vida e à liberdade”, afirmou. A campanha “Novembro pela Vida” está sendo realizada este mês para discutir a questão.

Em todo o Brasil em 2012 foram 41.127 negros mortos e 14.928 brancos.

Racismo mais explícito

Em visita ao Tocantins na semana passada durante abertura do II Diálogo da SEPPIR-PR com a Região Norte  que foi realizado na Universidade Federal do Tocantins – UFT a ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial)  afirmou que com o passar dos anos e implantação das políticas de Igualdade Racial o racismo ficou mais explícito. “Estamos passando por um processo de mobilidade social que não havia sido experimentado pelas gerações que nos antecederam. O racismo, nesse contexto, se tornou muito mais explícito que naquele período”, afirmou.

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