Opinião
O paradoxo de uma geração perdida.

Ano eleitoral é sempre assim. Uma correria. Candidaturas. Candidatos, cada figura! Partidos, partidos e mais partidos. Ah! Não podemos esquecer dos “laranjas” Nessa época eles proliferam...

E o sentido real de transformação política. Bandeiras históricas. Movimentos. Reivindicações. Onde estão?! Mas os discursos de “Gestão democrática” não faltam, aliás, só dão eles! E nós jovens, onde estamos?

Criamos um mecanismo de insuficiência crítica que pairamos no mar da mesmice ideológica. Na grande verdade somos uma espécie de “Geração Xuxa”, despolitizados, cheios de modismos e superficialidades.

Temos um revolucionário meio de comunicação, de fato, democrático, inovador, prático e hoje super acessível ao público urbano, que é a internet. Mas não há mudanças comportamentais no sentido ideológico dentro da vida de um suburbano jovem brasileiro.

Joguinhos violentos pela rede mundial de computadores são bem melhor do que qualquer notícia dada em tempo real. Tampouco fazer algum tipo de pesquisa. Tem também os decadentes de classe média, os famigerados “Playboy’s”.

Esses são os piores, preferem espancar empregadas domésticas em pontos de ônibus, andar sem rumo com carros entupidos de som, encher a cara de qualquer bebida que contenha o maior teor alcoólico possível ao invés de se tornarem conscientes e responsáveis. Que juventude é esta?

Prefiro lembrar o poeta... “Sei que nada será como antes amanhã”.

Temos pouquíssimo tempo de democracia consolidada em nosso país. Ainda podemos sentir as feridas abertas de uma ditadura terrível e seus militares déspotas. Resquícios recentes de tortura política. Mas o jovem brasileiro se faz de cego, surdo e mudo...Ah! E que sofre de amnésia também...

Não quero aqui esconder clichês. Nem pretendo ser demagógico, aliás, até sou jovem pra isso. Mas o inconformismo das coisas fáceis ainda insiste em me perseguir. Graças a Deus por isso! E por falar em Deus, será que ele é brasileiro mesmo? Bem que poderia ser. Bem que poderia se candidatar. Confesso que faria campanha. E os anjos e suas auréolas douradas seriam os Ministros de estado, mas sem cartões corporativos, por favor! Estamos cansados disso.

Enquanto o mundo acaba o jovem faz uma paródia com sua própria desgraça e ouve um CD de Funk, de alguma dupla brega ou qualquer outro lixo do gênero e se acomoda.

Não é mais revoltante. É deprimente. Por fim, a trilha sonora de um jovem realista, agnóstico e pessimista em relação à juventude brasileira de hoje. “Não sou feliz. Mas não sou mudo. Hoje eu canto muito mais...” (Belchior).

 

Marcos Milhomens

markosmilhomens@hotmail.com

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